segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Nada Mudou

 
O futebol carioca iniciou o ano de 2015 com um clube na Série B, outro emergindo dela e sem nenhum na Libertadores... Resumindo: já era esperado um árduo caminho ao longo da temporada dos clubes do Rio.
 
Com o rompimento da poderosa parceria com a Unimed, o Fluminense já não possuía mais o poder aquisitivo de anos anteriores e precisou fazer apostas, recorrendo às categorias de base.
 
Desde o início da temporada, o Flamengo foi o clube que mais investiu, e mesmo assim não emplacou.
 
E o Campeonato Estadual já serviu como prévia, ao se consagrarem como as melhores equipes da competição, o rebaixado Botafogo e o emergente Vasco, que acabara por conquistar o título, o que por sinal fez muito mal à equipe cruzmaltina.
 
O título estadual iludiu a turma da colina! A diretoria do clube considerou que o “Carioquinha” poderia servir como parâmetro para o “Brasileirão”, achou que a base do time campeão carioca faria boa campanha no Campeonato Brasileiro e agiu com extrema lentidão e atraso para reforçar o elenco. Quando o fez já era tarde demais, não conseguindo evitar o terceiro rebaixamento do clube em oito anos.
 
O Botafogo, ao menos, conquistou seu acesso sem maiores problemas. Apesar de não apresentar um futebol empolgante, a equipe alvinegra sobrou durante a maior parte do campeonato, conquistando seu acesso com três rodadas de antecedência e o título com uma rodada antes do término da disputa da Série B.
 
E o mais desalentador, é que no geral, o futebol carioca permaneceu estagnado neste ano. O cenário futebolístico da cidade maravilhosa iniciará 2016 praticamente da mesma forma que iniciou 2015. Nada mudou...
 
abs,

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Sessão Retrô: O Quarto Poder (Mad City)


O eixo central do longa-metragem gira em torno do cruzamento entre as vidas de um repórter decadente e ansioso para voltar ao topo em sua carreira e um segurança recém-demitido de um museu. A oportunidade para Max Brackett (Dustin Hoffman) conseguir um furo perfeito para voltar ao seu apse surge quando do banheiro do museu onde ele iria gravar uma matéria de pouca relevância, vê Sam Baily (John Travolta), fazendo sua ex-chefe e crianças de reféns na tentativa de recuperar seu emprego. 

Após Sam atirar acidentalmente em um segurança, seu ex-companheiro de profissão. Brackett como jornalista calejado que é, toma parte no controle da situação e transforma a impensada atitude de Sam em um show de TV. E por ser uma pessoa de fácil manipulação, Sam fez o que lhe foi recomendado pelo jornalista.

Para salvar sua carreira, Brackett usa e abusa do jornalismo sensacionalista no caso. Ele manipula entrevistas com pessoas que conhecem Sam, editando opiniões e falas de acordo com a opinião dele e do que ele pretende fazer com a reportagem. Porém seu desejo é frustrado quando os fatos começam a serem manipulados pela imprensa. A partir daí, Brackett se sensibiliza com a situação em que Sam, uma pessoa ingênua, se encontra e passa a ajudá-lo. O filme também mostra como a massa absorve essa matéria através do poder da mídia de transformar um suposto assassino em herói. 

O filme também traz a tona a reflexão de qual é o tamanho do poder de influência da mídia e o que é realmente importante em uma matéria: a veracidade dos fatos ou o impacto que eles vão causar na opinião pública?

Com certeza faz algum tempo que a imprensa deixou de ser apenas uma fonte de informações para ser uma criadora de opinião, um objeto de influência. Não é à toa que recebe o nome de Quarto Poder, depois dos três poderes do Estado democrático (Legislativo, Executivo e Judiciário).

O filme é de extrema importância para estudantes de jornalismo e para aqueles que visam a compreensão do que é o jornalismo sensacionalista. Vertente de uma insensibilidade tamanha, que busca a qualquer custo aumentar a audiência com apelações emotivas, criação de polêmicas, notícias com fatos omitidos. Basicamente quaisquer formas de se obter forte atenção popular, cujos fatos apresentados no filme retratam perfeitamente.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

De volta ao seu habitat natural


Desde a campanha do rebaixamento no ano passado, quando o então presidente Maurício Assumpção não mediu esforços para colocar o Botafogo na divisão de acesso do Campeonato Brasileiro, já era evidente que o Glorioso não é time de Série B.

Mesmo com os salários atrasados, jogadores problemáticos no elenco e diversas confusões em meio à disputa do campeonato, a equipe vencia partidas importantes e no peso da camisa conseguia se manter fora do Z4…

Até que o nosso excelentíssimo presidente resolveu nos fazer o “favor” de afastar nada mais nada menos que quatro dos principais jogadores do elenco (Sheik, Edílson, Júlio César e Bolívar), e para completar, o time perdeu Wallyson por contusão, que havia assumido o papel de artilheiro e protagonista do time após os afastamentos. Aí não teve camisa que segurasse… Rebaixamento na certa!

Começa 2015, e com o elenco alvinegro desmantelado, clube sem dinheiro em caixa para contratar e altos rumores de que o retorno à Série A é inviável, havia aqueles que chegavam a cometer a infâmia de bradar aos quatro cantos que o Botafogo iria falir ou acabar. Rumores que logo durante a disputa Taça Guanabara começaram a perder força, principalmente após a vitória alvinegra sobre o Flamengo diante de um Maracanã lotado em pleno aniversário de 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.

Mais tarde, os céticos se surpreenderiam ainda mais ao ver os desacreditados de General Severiano conquistarem o título da mesma Taça Guanabara, desbancando o mesmo Flamengo, e logo depois eliminarem o Tricolor das Laranjeiras de Fred e companhia, na semifinal do Campeonato Estadual, para disputarem uma final de igual pra igual contra o Vasco, apesar de deixarem o título escapar.

Vem a Série B, e mesmo com o time sempre se mantendo nas primeiras posições, devido a perdas de jogadores e oscilações dentro da competição, as desconfianças perduraram pelo menos até o início do returno, quando a equipe então deslancha, não dando mais nenhuma margem para o pessimismo, passando a sobrar no campeonato, conquistando o acesso com três rodadas de antecedência e na última sexta-feira (20), o título, ainda restando uma rodada para o final do campeonato.

Todas essas façanhas citadas foram realizadas, salvo algumas exceções, por atletas de baixo nível técnico, com remuneração estipulada por um teto salarial bem abaixo da realidade dos outros clubes grandes do país, porém a armadura que eles usaram nas batalhas é mais conhecida como “manto alvinegro”, e possui um peso descomunal, capaz de ganhar jogos praticamente “sozinha”, provando que um clube de camisa tão importante jamais pode ficar de fora da elite do futebol nacional.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Destinos Adiados


No sábado (07), o Botafogo enfrentou o Criciúma em Santa Catarina para alçar voos mais altos e carimbar seu passaporte para Série A. Porém não contava com os ventos contrários que sopravam.
 
A decolagem alvinegra começou com três bolas na trave acertadas logo de cara pelo mesmo jogador, Ronaldo, sendo duas delas em uma única finalização. Além do imprevisto causado pela sorte alheia que permitiu o time adversário, mesmo atacando menos que o Alvinegro, chegar ao gol da vitória com Maurinho, que após aproveitar bola mal rebatida pelo goleiro Jefferson, marcou o tento (apenas o segundo assinalado pelo atacante do Criciúma em toda a competição) que adiou o acesso carioca.
 
Fazendo o caminho inverso do Botafogo, o Vasco enfrentou o Palmeiras ontem (08) no Allianz Parque com as passagens para a Série B já praticamente compradas, mas o jato Cruzmaltino deixou o bimotor alviverde para trás, anulando completamente a equipe palmeirense que em nenhum momento colocou em risco a vitória vascaína. Os gols marcados por Rafael Silva, através de um ataque aéreo, e por Nenê, foram golpes cirúrgicos que atingiram o alvo de forma certeira e aniquilaram a partida.
 
Com a vitória por 2 a 0, a tripulação vascaína perdeu a lanterna e ganhou uma nova injeção de combustível para encarar as partidas derradeiras do campeonato. Para não realizar pouso na divisão de acesso, o time de precisará vencer três das últimas quatro partidas, a começar pelo confronto contra o líder Corinthians na próxima rodada, partida em que o Timão necessita apenas de uma vitória para sagrar-se campeão brasileiro.
 
Botafogo e Vasco já parecem estar com seus destinos traçados nesta temporada, aguardando apenas seus vistos para embarcarem nas plataformas, mas os voos que os levarão a seus respectivos paradeiros podem ser turbulentos e com uma boa pitada de emoção até o término da viagem.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O ensino da língua portuguesa no Brasil


O Brasil possui cerca de 14 milhões de analfabetos e 35 milhões de analfabetos funcionais, pessoas que passaram pela escola, mas não dominam a leitura e a escrita. E o pior, de cada três alunos do Ensino Médio, um não entende o que lê, são milhões de jovens que correm o risco de chegar despreparados ao mercado de trabalho. Ninguém fala o tempo todo segundo a regra culta, mas caberia à escola aceitar outras variantes da língua indiferentes a regra gramatical. 

Se a língua escrita para ser compreendida não aceita a falta de regras, é possível escrever direito sem falar em bom português? 

O poeta Fernando Pessoa, o patriota da nossa língua, jamais condenou quem se expressava mau ou de forma incorreta, mas declarava seu ódio à página mau escrita e à ortografia errada e explicava porquê: “quem não vê bem uma palavra, não vê bem uma alma”. 

A importância da expressão correta da língua falada se deve principalmente à questão da aceitação, tanto em grupos sociais, quanto em lugares ou empregos, sem falar no infortúnio do preconceito linguístico que se pode sofrer. 

A utilização ou não da norma culta na oralidade, não influencia diretamente na comunicação, ou seja, não causa ruídos. Na linguagem informal, a informação é receptada da mesma maneira, e dependendo do ambiente e conjuntura, facilita até mais a compreensibilidade. 

O não uso da norma culta na língua falada, também não impossibilita seu uso na língua escrita, muitas pessoas escrevem de maneira diferente do que falam. Além disso, existem formas do português do Brasil que são específicas da escrita, como por exemplo: cujo e cuja. 

O ensino escolar deve focar na escrita, e ao prezar pela gramática, automaticamente a leitura e a fala são favorecidas. O papel do ensino escolar também inclui o aconselhamento sobre a utilização da norma culta em ocasiões adequadas, como uma entrevista de emprego, entre outras circunstâncias ou locais em que ela for exigida, além do forte incentivo à leitura. Pois como dizia Monteiro Lobato: “quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Dica Cultural: Operações Especiais


A trama do longa-metragem gira em torno de Francis (Cléo Pires), uma jovem que trabalha em um hotel e, visando a melhor remuneração e o status do cargo, presta concurso para a polícia. Aprovada, ela segue para o serviço burocrático e logo é exposta ao fogo cruzado, ao ser escalada para participar de um batalhão enviado para combater uma onda de crimes em uma fictícia cidade no interior do Rio de Janeiro. É lá que precisa lidar não apenas com o bullying de seus colegas de farda, que desconfiam de seu potencial e não acreditam na competência de uma mulher para o trabalho, como enfrentar seus próprios medos ao vivenciar situações de perigo real.
 
O preconceito contra mulher na atividade policial é um tema pouco abordado no cinema nacional e vem à tona em um momento bastante oportuno, no qual a discussão sobre o papel da mulher na sociedade é pauta de diversos debates.
 
Há também outras abordagens bem interessantes trazidas pelo filme, a sensível questão da honestidade da polícia, seu impacto perante a sociedade e o importante viés sobre o real interesse em que haja agentes honestos e o fato de policiais recém-ingressados ao ofício serem logo enviados a confrontos contra criminosos, sem antes passar por um período adequado de treinamento para a necessária ambientação às funções do cargo
 
“Operações Especiais” desempenhou a proeza de inovar na esfera de temas relativamente já “batidos”, como a invasão policial do Complexo do Alemão, entre outros temas de violência urbana.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A um passo do "paraíso"


A goleada por 4 a 1 sobre o Náutico no sábado (23), na Arena Pernambuco, aproximou o Botafogo ainda mais de sua volta à elite do futebol brasileiro. Grande destaque da partida com 3 gols marcados, o atacante Sassá optou por não comemorar seus tentos em respeito ao grande momento que viveu no Náutico durante a disputa da Série B no ano passado, e em seu reencontro com o Timbu, ratificou que a Arena Pernambuco lhe traz muitos bons fluídos.

Mesmo amargando a reserva, Sassá vem sendo um dos principais condutores do alvinegro ao retorno à Série A. Durante a campanha, o jogador saiu do banco de reservas para mudar a história de diversos jogos, e ontem, começando como titular, fez sua melhor partida com a camisa do Botafogo.

No próximo sábado, o alvinegro enfrenta o Bahia no Estádio Nilton Santos já podendo garantir matematicamente o acesso com seis rodadas de antecedência. O time que muitos consideravam correr sérios riscos de não regressar à elite, hoje sobra na divisão de acesso.

Na Série A, os clubes cariocas decepcionaram. Também no sábado, o Fluminense foi derrotado em casa por 1 a 0 pelo Atlético-PR. Também pelo placar mínimo, o líder Corinthians venceu o cada vez mais distante do G4, Flamengo, no domingo, que também foi dia do Vasco empatar sem gols no Maracanã com o Grêmio, se mantendo em desesperadora situação.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Botafogo não pode medir esforços para alçar sua estrela solitária mais alto


Após passarmos por uma temporada de reconstrução, da qual pouco se esperava, o vice-campeonato estadual e o iminente acesso à Série A, nos transmitem uma sensação de dever cumprido.
 
O momento agora é de compreender que os desafios serão bem maiores e que para encará-los com ímpeto será preciso planejamento, inteligência, perspicácia e bastante garimpo. Como nosso ex-capitão Sandro já alertou com exímia perfeição “não existe obrigação de renovar com os jogadores que fizeram parte do elenco que obteve o acesso. A gratidão existe, mas fica por aí. Tem jogadores que não têm condições de jogar Série A. O Botafogo precisa se reinventar pra jogar a primeira divisão. O time precisa se reforçar. Série A é outro nível”.
 
E a maneira de adquirir os reforços também precisa ser reinventada, na falta de recursos, a malícia e o garimpo são artifícios que devem ser explorados como alternativas para driblar o inflacionado mercado da bola.
 
A estratégia de garimpar jogadores da Série B, nos rendeu alguns bons frutos neste ano, como Willian Arão e Rodrigo Pimpão, mas foi pouco. Para a próxima temporada precisamos intensificar essa busca, não nos limitando apenas à Serie B como foi feito este ano, mas também olhando com carinho para as séries C e D, e principalmente para o mercado sul-americano, onde se encontra atletas talentosos por uma baixo valor de custo, devido a nossa supremacia econômica no continente. Uma demonstração da prosperidade desse mercado é que até no desespero para encontramos um centroavante, conseguimos “achar” Navarro, um bom valor, mesmo sem dispor de tempo, critério e garimpo. Outro método alternativo que também pode ser mais explorado é o de recuperação de atletas renomados, como foi feito com Daniel Carvalho que nos está sendo muito útil na campanha da Série B.
 
Nossa diretoria pode tirar proveito do provável acesso por antecedência e acelerar o processo de planejamento, adiantando os garimpos e contatos, pois em nosso atual momento devemos nos apegar a qualquer vantagem que nos é concedida, por menor que ela seja.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Pior seleção brasileira da história tenta pela primeira vez não ficar de fora da Copa da Mundo


A pior seleção brasileira de todos os tempos iniciou com derrota sua saga para evitar ficar de fora de sua primeira Copa do Mundo da história. O revés da primeira partida foi uma prévia do árduo caminho que será percorrido e dos obstáculos que terão que ser superados pela seleção canarinho, para a tragédia da não classificação ser impedida.

Na última quinta-feira (8), iniciamos com derrota o caminho para Copa da Rússia, perdendo por 2x0 para a melhor seleção chilena de todos os tempos e atual campeã da Copa América. Nesse percurso, teremos como adversários ainda a Argentina, que, apesar de também ter sido derrotada na estreia, conta com nada mais nada menos do que o melhor do mundo, Messi, além dos craques Tevez, Di Maria e Aguero, e a Colômbia, 5ª colocada na última Copa do Mundo, dos craques James Rodriguez e Falcão García, além do Uruguai de Luisito Suárez e Cavani.

Além dos fortes adversários, a seleção sofre ainda com o baixo nível de nossos “guerreiros” que enfrentarão essa batalha, a começar pelo comandante Dunga, técnico que após a eliminação nas quartas-de-final da Copa de 2010, deixou a seleção e de lá pra cá dirigiu apenas um clube, conquistando um mísero campeonato gaúcho, Jefferson, nosso melhor goleiro, atuando no Brasil, disputa a Série B pelo Botafogo e na seleção não inspira a mesma segurança de suas atuações no clube carioca, Daniel Alves e Marcelo sempre foram destaques de dois gigantes do futebol mundial (Barcelona e Real Madrid), mas não conseguem emplacar com a amarelinha. Temos um meio campo formado por Elias, um jogador de 30 anos que quando atuou na Europa sempre amargou a reserva e Oscar, que apesar de acumular atuações pífias ao longo de seus 4 anos de seleção, continua sendo o responsável pela criação do time.

O desespero é tão grande que Douglas Costa, recém-chegado a um clube grande europeu (Bayern de Munique) e sem ter realizado nenhuma grande atuação pela seleção, ganhou a titularidade absoluta, e chegou ao ponto de Dunga convocar Ricardo Oliveira, jogador de 35 anos que no início de 2015 beirou a aposentadoria.

O equilíbrio será a tônica dessas Eliminatórias. Que todos estejam preparados para momentos e sentimentos antes nunca vividos. Porém, apesar de nos depararmos com um nível de dificuldade superior ao de outras épocas, o objetivo permanece viável e provável de ser alcançado.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

“Deuses do Futebol” mantêm vivas as esperanças vascaínas


O favorito Flamengo entrava em campo em sétimo lugar no campeonato, brigando pelo G4, para enfrentar o Vasco que ocupava a penúltima posição, sonhando com um milagre para escapar da degola
E a partida começou como o previsto, com o promissor lateral-esquerdo Jorge e o craque Emerson Sheik fazendo a diferença para o Flamengo que dominava o jogo e vencia por 1 a 0.

Porém, no segundo tempo, embora, logo no início, “São Leandrão” ter tido chance clara de empatar o jogo, mas falhado na operação do milagre cruz-maltino. O jogo era tranquilamente dominado pelo Flamengo até então. Entretanto, seu destino foi mudado por meio de duas obras que só os tais “Deuses do Futebol” poderiam realizar.
A primeira intervenção ocorreu quando, após cobrança de falta do zagueiro vascaíno, Rodrigo, os “deuses” impediram o ótimo goleiro, Paulo Victor, de executar a defesa, mesmo tendo chegado a tocar na bola antes dela adentrar a meta rubro-negra.
E logo depois, em outra ação improvável, que também só pode ser fruto de um ato sobrenatural, a bola bateu na mão de Jorge de maneira totalmente involuntária dentro da área, originando o pênalti convertido pelo meia Nenê, que vem deixando a desejar em sua passagem pelo Cruz-maltino.

Virando um jogo que parecia improvável de ser revertido, provando que o “Sobrenatural de Almeida” de Nelson Rodrigues não conspira somente a favor do Fluminense.

Em uma de suas piores campanhas da história no campeonato brasileiro, o Vasco iguala sua maior série invicta contra o Flamengo neste século. Mantendo acesa a esperança e aumentando a fé vascaína.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vasco ressurge das cinzas


Atuando no Maracanã, o Vasco superou por 2 a 0, o perigoso Atlético-PR que ocupa o sétimo lugar no Brasileirão, fazendo aumentar a fé de sua torcida em “São Leandrão”, que após marcar o gol da vitória fora de casa sobre a Ponte Preta na quarta-feira e a boa atuação no primeiro tempo da partida de ontem, possa voltar a operar milagres 12 anos depois de trazer o Botafogo de volta à Série A.
Com 100% de aproveitamento no returno, o Flamengo venceu a Chapecoense por 3 a 1 fora de casa, alcançando sua sexta vitória seguida, igualando seu recorde de triunfos consecutivos (anteriormente alcançados em 1978 e 82) pelo Campeonato Brasileiro, se mantendo no G4 da competição. O destaque da partida ficou por conta do golaço marcado pelo ótimo atacante Paulinho, ao acertar de primeira uma impressionante "pancada" no ângulo da meta adversária.
A noite de sexta-feira foi de show do Botafogo e de sua torcida na vitória por 3 a 0 sobre o Mogi Mirim, em Cariacica, no Espírito Santo. Foram oito anos sem se reencontrar, mas a exibição de gala de Daniel Carvalho e o gol do jovem capixaba Luís Henrique de apenas 17 anos, com direito a cavadinha em cobrança de penâlti, demonstrando uma personalidade impressionante para fechar o placar com chave de ouro, fizeram valer a pena a imensa espera de sua torcida local, que correspondeu com excelente presença e apoio incondicional vindo das arquibancadas.
Na contramão dos outros clubes cariocas, ao ser derrotado por 1 a 0 pelo Sport, o Fluminense segue ladeira abaixo. Ainda sem ganhar no segundo turno, o Tricolor acumulou seu sexto jogo consecutivo sem vitória, caindo para o 11º lugar no Brasileirão. Levando em conta apenas o segundo turno da competição, o time das Laranjeiras amarga a lanterna.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O Peso do Financiamento Privado de Campanhas


O sistema de financiamento privado de campanhas privilegia políticos ligados a grandes empresas, fazendo com que o processo eleitoral seja exclusivamente decidido pelo poder econômico. Na prática, as eleições ficam nas mãos de quem tem mais dinheiro para financiá-las. A corrupção tem suas raízes nas relações pouco transparentes que são estabelecidas durante as campanhas com financiamento privado. Ao financiar os políticos as empresas impõem seus interesses, gerando poderosos lobbies e bancadas corporativistas nos parlamentos brasileiros.

Além disso, grande maioria das candidaturas conta com cifras impressionantes oriundas do empresariado. Caso você não tenha doado nada na última eleição, seguindo a lógica, é provável que tenha bem menos influência sobre os políticos eleitos do que os grandes doadores.

Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) apontam que dos 594 parlamentares (513 da Câmara e 81 do Senado) eleitos em 2010, 273 são empresários, enquanto apenas 91 se definem como representantes dos trabalhadores.

Outra questão importante seria a pouca visibilidade dos partidos com menores doações. O peso do dinheiro nas campanhas faz com que muitos candidatos não possam se apresentar aos eleitores, enquanto outros se apoiam em robustas campanhas de marketing com pouco foco nas discussões mais importantes do nosso país.

Exemplificando:

O financiamento privado de campanhas resultaria em um grande imbróglio “se” após subsidiarem campanhas do PMDB no Rio de Janeiro...

A Odebrecht “ganhasse” a concessão do Novo Maracanã....

A OAS ganhasse a atribuição para a construção da Transcarioca, parte do consórcio Porto Novo S/A e parte do controle do Metrô Rio, por intermédio da Invepar. E “se” entre os projetos ligados à Copa e Olimpíadas, a OAS também “participasse” dos consórcios do Porto Maravilha (R$ 7,7 bilhões), Transolímpica (R$ 1,6 bilhão), Reabilitação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá (R$ 673 milhões), do VLT (R$ 1,2 bilhão), além da concessão das obras de controle de enchentes na Praça da Bandeira, próximo ao Maracanã (R$ 292 milhões).

“Se” a Camargo Corrêa “ganhasse” a concessão do Metrô Rio...

“Se” a Andrade Gutierrez “ganhasse” as concessões do das Barcas além de 9 rodovias...

Haveria problema “caso” o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defensor do financiamento privado de campanha e recordista de arrecadação, “recebesse” 205 mil reais da seguradora Bradesco Saúde e “vetasse” a constituição da CPI dos Planos de Saúde e como relator da Medida Provisória 627, “fizesse” uma emenda anistiando multas dos planos de saúde em 2 bilhões de reais.

Mas tudo isso é apenas hipótese, na realidade isso não acontece, né?

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Flamengo afirma sua ascensão em Fla x Flu polêmico


Mesmo havendo marcado um gol escandalosamente ilegal, fruto de um passe com o braço de Wallace para a conclusão de Emerson Sheik, a equipe rubro-negra foi amplamente superior durante todos os 90 minutos do Fla-Flu, afirmando seu momento de ascensão no campeonato, ficando a apenas 3 pontos do G4.
Já pelo lado tricolor, a fase não é das melhores. A equipe perde muito em qualidade sem Fred e Ronaldinho Gaúcho, embora seu camisa 10 não esteja em boa fase. Na falta desses dois atletas, o time das Laranjeiras torna-se comum e limitado.

No sábado em jogo emocionante no Barradão, em Salvador, o Botafogo conseguiu marcar o gol da vitória aos 49 minutos com Sassá, após ter levado o empate aos 47 do segundo tempo. Provando que os deuses do futebol conspiram a favor do acesso à Série A.
Também no sábado, mesmo tendo feito uma de suas melhores atuações dos últimos meses, o Vasco foi derrotado pelo vice-líder Atlético-MG por 2 a 1 no Maracanã, marcando seu primeiro gol no Brasileirão desde o dia 26 de julho (7 partidas).
O fim de semana também teve seleção brasileira contra a Costa Rica, nos EUA. No amistoso que marcou o retorno de Hulk à seleção, o atacante do Zenit não decepcionou e marcou o gol da vitória de 1 a 0, evidenciando que nas atuais circunstâncias não pode de forma alguma ficar de fora dos 11 titulares de Dunga.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Flamengo salva o Rio


Em um fim de semana que tinha tudo para ser desastroso para os clubes do Rio, a vitória do Flamengo por 1 a 0 sobre Sport proporcionou o único motivo de comemoração para futebol carioca.

Na sexta-feira (28), a atuação pavorosa do Botafogo pela Série B deu a ela ares de dia 13. A derrota por 2 a 1 diante do CRB foi uma prévia do que seria o fim de semana de futebol para os clubes cariocas. Sofrendo dois gols logo nos primeiros 25 minutos de jogo, o time alvinegro chegou a esboçar uma reação com Neílton, ao diminuir o placar ainda no primeiro tempo. Mas foi só. No segundo tempo, mesmo atuando com um jogador a mais a partir dos 30 minutos, a equipe carioca foi totalmente dominada pela equipe alagoana, que sempre esteve mais perto de ampliar o placar do que o Botafogo de conseguir o empate.
Nos embalos de sábado à noite, o Vasco sofreu um gol ao apagar das luzes da partida contra o Figueirense no Maracanã, acumulando a sexta partida seguida sem marcar um gol sequer e a quarta derrotada consecutiva, fazendo com que seu número de derrotas supere o número de pontos conquistados pelo time no campeonato (13 contra 14), se afundando cada vez mais na lanterna do campeonato.
No domingo, também no Maracanã, com a derrota para o vice-líder Atlético-MG, o Fluminense manteve a sequência de insucessos cariocas no fim de semana.
Porém o gol de Everton pelo Flamengo logo no início da partida contra o Sport deu trégua à depressão de domingo. Após abrir o placar aos 4 minutos, o rubro-negro carioca teve sua tarefa facilitada quando aos 23 minutos do primeiro do tempo, o lateral-direito da equipe pernambucana Samuel Xavier é expulso ao atingir Alan Patrick de maneira violenta. Desde então a equipe carioca controlou a partida e obteve a vitória sem maiores problemas, aplicando a primeira derrota do Sport dentro de casa no campeonato e alcançando a nona colocação na tabela, ficando a apenas 4 pontos do G4.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Que atire a primeira pedra...


Atos de “justiça com as próprias mãos” vêm se sucedendo já há algum tempo, fundamentados pela asserção de que delinquência é opcional, ignorando a questão da sobrevivência.

Pois bem, não gosto de trabalhar com hipóteses. Mas foi a melhor maneira que encontrei de retratar minha concepção.

Paremos pra pensar...

Essa premissa se sustenta no caso de uma criança que a vida obrigou a se virar sozinha desde muito cedo, por ter sido abandonada ou por ter perdido os pais?

Será citado um ou outro caso de superação, mas exceções não podem ser tratadas como regra. E convenhamos que nestes casos, são encontradas dificuldades que estão fora da realidade da maioria das pessoas que apoiam e praticam essas ações.

Só estando na pele para saber se é possível se manter pacífico e inerte quando a vida nos obriga a enfrentar obstáculos árduos na luta pela sobrevivência.

Fica fácil formar opiniões e emiti-las por meio de iPhones e deitados em quartos com ar-condicionado,  sem antes lembrar que existem pessoas que não possuem ao menos privadas para fazerem suas necessidades fisiológicas em seus “domicílios”,  e outras que nem domicílio possuem.

Apoiando “justiceiros” que executam seus atos de “justiça” de maneira seletiva, concentrando seus procedimentos exclusivamente contra pobres e negros, “esquecendo”, por exemplo de políticos corruptos que constituem a parcela da população de maior responsabilidade pela criminalidade do país.

E em muitas vezes “esquecendo” até de suas próprias responsabilidades, como no caso do grupo de “justiçamento” que amarrou um adolescente a um poste no Aterro do Flamengo no final de janeiro do ano passado e passaram a agredir o rapaz, apontado como autor de furtos na região. Pouco tempo após a este ato, integrantes do grupo foram presos sob acusações de tráfico e uso de drogas, estupro, furto e ameaça.

Pois como diz o velho ditado: “quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra”.

terça-feira, 14 de julho de 2015

A Hipocrisia Convencional da Cultura de Massa


Recentemente, o apresentador e jornalista Zeca Camargo revoltou músicos do gênero ‘Sertanejo Universitário’, após dar uma declaração dizendo que eles são fenômenos que "empobrecem" a cultura brasileira.

Revolta da qual não compreendida por mim...

Cantores de sertanejo universitário não fazem músicas de apelo comercial?

Em outras palavras, não fazem músicas que tem por objetivo único e exclusivo de ‘vender’?

Realmente a hipocrisia está presente em todos os setores e classes. E além da hipocrisia, há também o desconhecimento.

Muitos desses músicos devem desconhecer o campo estético da Cultura de Massa, que ao contrário da Cultura Popular e da Cultura Erudita, não preza pela espontaneidade e percebe a cultura e a arte como mercadoria e fonte de lucro, mas incorpora seus atributos, banalizando-os e esvaziando-os de seu conteúdo original, pois valoriza somente os aspectos que caem no gosto da massa e possuem potencial para lucro, oprimindo assim, outras manifestações culturais que vão perdendo espaço e legitimação social paulatinamente.

A Cultura de Massa foi criada e produzida pela mídia com um objetivo específico, atingir a massa, transformando-os em produtos para o consumo, estando sempre ligada ao poder econômico do capital industrial e financeiro.

A Indústria Cultural transforma cultura e arte em produto, seguindo a lógica do sistema capitalista, sendo o instrumento que processa os “produtos” culturais em grande escala, em série industrial.

Esta cultura de entretenimento é hipnotizante, entorpecente, indutiva. Ela é introjetada no ser humano de tal forma, que se torna quase inevitável o seu consumo, principalmente se a massa não tem o seu olhar e a sua sensibilidade educados de forma apropriada, e o acesso indispensável à multiplicidade cultural e pedagógica.

A verdade dói, mas liberta.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Eduardo Cunha, privatizações e o colapso do sistema penitenciário



A CPI do Sistema Carcerário na Câmara pode aprovar a privatização das penitenciárias. Seus defensores creem que a redução da maioridade penal e a carência de recursos públicos para a construção de novas unidades ajudarão.

Hoje um preso custa cerca de 1.300 reais mensais aos cofres públicos. Em contratos de privatização de penitenciárias já firmados (como em Minas Gerais) ou nos que ainda ainda serão assinados (por exemplo, São Paulo) o valor estimado de repasse para a empresa que vai gerir o sistema é de 2.700 reais mensais por detento. Ou seja, em um presídio com 10.500 detentos, o Estado vai entregar para uma única empresa (ou consórcio) cerca de 28,3 milhões de reais por mês.

Quem ganha com isso?

Os políticos, que terão sua campanhas eleitorais bancadas por esses empresários.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, campeão de arrecadação, gastou 6,4 milhões de reais para reeleger-se, propôs a inclusão da doação de empresas privadas a partidos políticos na Constituição Federal e a redução da maioridade penal.

O sistema carcerário brasileiro tende a se transformar em um enorme negócio.

No ano passado, após deixar para trás a Rússia, o Brasil se tornou detentor da terceira maior população carcerária do mundo, composta em sua esmagadora maioria por negros e pobres.

Não se espante se em um futuro próximo, aparecermos no topo do ranking.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Malafaia e a ‘moralidade’


No ano passado, mais precisamente no período que antecedeu as eleições, um fato me chamou atenção. O Pastor Silas Malafaia se referia à legalização da maconha e ao casamento homoafetivo como ‘lixo moral’, durante a propaganda eleitoral de candidatos apoiados por ele.

Por se tratar de época de eleições, havia muitos temas relevantes e acabei não tocando no assunto. Porém, devido a recente polêmica envolvendo o pastor e o jornalista Ricardo Boechat, me fez vir à tona novamente a tal declaração, e refletir:

Um ser que se tornou milionário à custa da exploração da boa fé de milhões de pessoas desfavorecidas financeiramente.

Um ser que se utilizada da figura de líder religioso para lançar uma campanha chamada “Clube do Um Milhão de Almas”, que pretende levantar U$$ 500 milhões (R$ 1 bilhão) para a sua igreja, a fim de criar uma rede de televisão global, que seria transmitida em 157 países.

Um líder religioso que ao invés de exercer seu papel que seria o de propagar a paz, o amor, o respeito e a união. Pelo contrário incita a segregação e o ódio ao clamar para a Igreja Católica “entrar de pau e baixar o porrete em cima dos gays” e atacando pessoas com palavras de baixo calão como “otário” e “idiota”.

Um líder religioso capaz de chamar a jornalista da revista Época Elaine Brum de vagabunda, apenas por discordar de um artigo onde ela relatava a intolerância vivida por pessoas ateias no Brasil.

Um ser desse ‘nível' é digno de se pronunciar sobre ‘moralidade’?

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Exposição de comemoração dos 450 anos do Rio mostra uma cidade redescoberta


Neste ano a cidade do Rio de Janeiro completou 450 anos, e o Museu de Arte do Rio presta sua homenagem através de diversas exposições com destaque para a belíssima Kurt Klagsburnn, um fotógrafo humanista no Rio (1940 – 1960).

Os curadores Marta Klagsbrunn, Marcia Mello, Paulo Herkenhoff e Susane Worcman, fazem um panorama da obra do fotógrafo austríaco de ascendência judaica, Kurt Klagsbrunn. A exposição conseguiu capturar as mudanças do país nas décadas de 1940 até 1960. Kurt revela o papel da aristocracia carioca assim como dos empregados e da classe popular dessa época. Além de um olhar delicado desses tipos, Kurt também fotografa as mudanças urbanísticas do Brasil, a construção de Brasília e as mudanças e construções no Brasil, tudo isso acompanhado de legendas bastantes esclarecedoras, apesar das fotos falarem por si só.

Kurt Klagsburnn foi um fotógrafo dos fotógrafos. Além de fazer muitos auto-retratos, também era especialista em fotografar outros fotógrafos. A exposição demonstra essa sua característica específica no mundo da fotografia, além de exibir uma “timeline” com a história e evolução da fotografia através de imagens, câmeras fotográficas e até disponibiliza uma interessantíssima demonstração obsoleta de revelação de fotos. Adicionalmente, são apresentados detalhes da técnica fotográfica da época com explicação sobre os processos de revelação, fixação e ampliação, além de máquinas fotográficas antigas como a Rolleiflex, Hasselblad, Leica e Zeiss, entre outras.


Mas o prato principal da exposição é a cidade do Rio de Janeiro, como o título já evidencia. A câmera de Kurt registrou de forma bastante peculiar os problemas urbanísticos e as transformações radicais da cidade, que indicam que o Rio é a cidade mais singular em termos de integração entre engenharia, paisagem e urbanismo contraditório. Uma vasta obra capaz de captar todas as singularidades da sociedade carioca daquele período – seus símbolos e contradições, diferenças e transformações, cruzamentos de classes e culturas.


Porém a exposição possui um viés político bastante acentuado devido a vida do fotógrafo. Nascido em Viena, na Áustria em 1918, mas com a ascensão do nazismo, foi obrigado a abandonar os estudos de medicina e deixar Viena para seguir rumo a Lisboa, via Roterdã, com seus pais e o irmão em 1938. Chegou ao Brasil em 1939 e descobriu aqui sua paixão pela fotografia. Kurt também registrou o processo do fim da guerra contra o nazismo, quando forças democráticas se articulavam contra a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas. As diversas lutas incluíam a anistia dos presos políticos submetidos às forças varguistas, o fim da ditadura e a convocação de uma constituinte para a redemocratização, com isso o voto e a diversidade dos partidos foram valorizados. Ele também foi fotógrafo do Partido Comunista e retratou Luís Carlos Prestes recém-saído da prisão. Documentou o retorno dos exilados, a luta da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a participação da sociedade civil.


A exposição traz cerca de 200 fotografias do artista austríaco realizadas no Rio de Janeiro, uma mostra de um total estimado em mais de 100 mil registros feitos por ele na cidade. Personalidades internacionais e nacionais de passagem pela cidade como o cineasta Orson Welles, o músico Luiz Gonzaga e o arquiteto Oscar Niemeyer também foram captados pela lente de Kangsbrunn.

Caso você seja um amante da boa fotografia ou apenas deseja uma gostosa viagem no tempo para entender melhor a história do Rio, a exposição estará até o dia 09/08 no Museu de Arte do Rio (Praça Mauá, 5 – Centro | Rio de Janeiro – RJ).

domingo, 17 de maio de 2015

Árdua Missão


Prevejo um Campeonato Brasileiro da Série A bem espinhoso para os clubes cariocas.

Principalmente para o Vasco.

O Campeonato Carioca é ilusório! O empate conquistado aos “trancos e barrancos” frente ao Cuiabá pela Copa do Brasil e os resultados iniciais no Campeonato Brasileiro já comprovam tal fato.

Para piorar, o clube efetuou péssimas contratações após a conquista do título estadual. Diguinho e Julio César pouco acrescentarão à equipe cruzmaltina.

Se a diretoria não for ao mercado, a parte inferior da tabela será rotina nesse Brasileirão.

Pelo lado do Fluminense, dificuldades maiores já eram esperadas para este ano.

Após o rompimento com a parceira milionária Unimed, o clube está tendo que se readaptar a um orçamento bem mais reduzido em seu departamento de futebol.

Porém, ainda foi possível manter peças importantes, como Fred, Jean e Diego Cavalieri. Além de contar com os frutos que sua base forte lhe proporciona, como Kennedy, Gerson e Marlon.

Pensar em título é utopia, isso ficou claro na dura derrota por 4 x 1 sofrida hoje para a equipe do Atlético-MG. Mas o desempenho da equipe no Brasileirão dependerá da evolução desses jovens promissores ao longo do campeonato.

Já o Flamengo, entre os clubes do Rio, é o que tem condições de deter maiores aspirações neste Brasileirão.

O clube já possuía o melhor elenco do estado, e ainda acertou a contratação do excelente colombiano Armero.

Caso consiga contratar o “camisa 10” que tanto almeja, terá possibilidade de brigar na parte de cima da tabela.

E levando em consideração o duro Campeonato Brasileiro da Série A que está se configurando para os clubes cariocas. O Botafogo começa até a olhar com bons olhos o fato de estar disputando a Série B.

abs,

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A Justiça Foi Feita!


Venceu a equipe que mais investiu, que tem o melhor técnico, a melhor defesa, o melhor ataque... Enfim, venceu o melhor!

Além do mais, a tarefa da equipe cruz-maltina começou a ser facilitada logo no primeiro jogo da decisão. E pelo técnico de seu adversário, Renê Simões, que escalou mal o time do Botafogo e o alterou equivocadamente durante a partida.

E a colaboração para com a tarefa da equipe cruz-maltina continuou a ocorrer na segunda partida da decisão. Quando logo no início do jogo, o time da Estrela Solitária perde Willian Arão, o melhor jogador do campeonato. E no fim do primeiro tempo, Marcelo Mattos termina o "serviço" ao "entregar" um gol que ampliou ainda mais a vantagem cruz-maltina.

Marcelo Mattos que tem contrato até junho de 2016 com salário de cerca de R$ 250 mil, é o mesmo que fez uma falta infantil que originou o gol da vitória do Vasco no primeiro jogo, e voltando um pouco mais no tempo, o mesmo que teve participação direta na goleada de 4 x 0 que o Botafogo sofreu do Flamengo em 2013 pela Copa do Brasil... Resumindo: Principal responsável pelos maiores fracassos do Botafogo nos últimos anos. Mais uma herança maldita do ex-presidente Maurício Assumpção.

Mas diante de todas as dificuldades enfrentadas pelo clube, o Campeonato Carioca não teve saldo ruim para o Botafogo. Mas a equipe precisa encontrar sua formação ideal o mais rápido possível, principalmente quando se trata do setor de criação da equipe, e se possível usar a criatividade no mercado (já que o dinheiro é escasso) para contratar um bom meia e um bom centroavante, tendo em vista não passar dificuldades no seu maior objetivo da temporada, a Série B que promete ser complicada por contar com equipes fortes como Bahia, Ceará, Vitória, Santa Cruz e Criciúma...

Pelo lado do Vasco, o título tem tudo para dar ânimo à equipe no restante da temporada. Equipe que ontem mostrou mais uma vez ter um goleiro acima da média, uma defesa sólida, um centroavante muito bom a nível nacional e um técnico promissor. Reforçando a lateral-esquerda, o meio-campo e o setor ofensivo pode fazer boa campanha no Campeonato Brasileiro.

abs,

domingo, 26 de abril de 2015

A Síndrome Voltou...



De lado um time mal escalado contando novamente com a insistência de Renê Simões em Gegê, com um meio-campo com zero de criatividade, uma zaga insegura e um centroavante que não decide.

Do outro, um dos melhores goleiros em atividade no país atualmente, uma zaga mais qualificada protegida por um "cão de guarda" chamado Guiñazu e com meio-campo e ataque tecnicamente superiores ao do adversário.

Mas mesmo com tantos aspectos favoráveis a uma equipe, o nivelamento do nosso futebol atual permitiu que a partida fosse decidida por fatores extra-campo.

A começar pelos técnicos. Renê Simões como já é de praxe, queimou uma substituição logo no intervalo, por novamente escalar Gegê, jogador que mesmo atuando em um time que não é nenhum primor, sempre destoa de seus demais companheiros e ainda assim continua recebendo inúmeras chances. Além disso o técnico da equipe de General Severiano, demonstrou toda sua limitação ao mais uma vez repetir sempre as mesmas substituições de todas as partidas, não fazendo a leitura dos jogos.

Já Doriva ao perceber mais uma vez a queda do condicionamento físico da equipe do Botafogo no segundo tempo, colocou três jogadores jovens no segundo tempo com dois deles decidindo o jogo. Bernardo dando o passe em cobrança de falta e Rafael Silva concluindo após bobeira da defesa.

E pra completar outro fator extra-campo também voltou à reaparecer e novamente em um momento decisivo para assombrar o time da Estrela Solitária: A síndrome dos gols sofridos nos últimos minutos...

abs,

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Querer tapar o sol com a peneira é feio demais!


Movidos por um sentimento de vingança, 87% da população brasileira são a favor da redução da maioridade penal,  sem de fato se preocuparem com a eficácia da tal medida.

Dados da UNICEF revelam a experiência mal sucedida dos EUA. O país, que assinou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aplicou em seus adolescentes, penas previstas para os adultos. Os jovens que cumpriram pena em penitenciárias voltaram a delinquir e de forma mais violenta. O resultado concreto para a sociedade foi o agravamento da violência.

Sem contar que apenas 0,5% dos jovens cometem atos infracionais, à contraponto  possuímos uma das maiores taxas de assassinato à jovens do mundo, e ela vem crescendo cerca de 365% nos últimos anos, portanto os jovens são as maiores vítimas e não os principais autores da violência.

Para quem acha que os jovens são aliciados devido à imputabilidade, o fato de reduzir a maioridade penal pra 16 anos só fará que esse recrutamento seja feito cada vez mais cedo. E ainda há quem queira justificar o encarceramento de menores junto aos adultos devido ao fato de aos 16 anos o jovem ter direito ao voto facultativo, mas esquecem que aos 16 anos o jovem não pode nem se candidatar, entre outros direitos que essa faixa etária não dispõe.

Além do mais, no Brasil não existe impunidade para crimes cometidos por jovens, a partir dos 12 anos qualquer adolescente já é responsabilizado pelo ato cometido contra a lei. Não confundam impunidade com imputabilidade.

Também possuímos a maior taxa de crescimento carcerário e a terceira maior população carcerária do mundo, população essa composta em sua esmagadora maioria por pobres. Portanto o Brasil passa longe de ser o país da impunidade, a não ser quando falamos dos setores mais altos da sociedade, pois caso você pertença a esses tais setores, aqui você terá carta branca pra cometer o crime que quiser sem correr qualquer risco de punição. Temos como exemplo o caso de Thor Batista (que por sinal tem mais de 18 anos), filho do empresário Eike Batista, que ao dirigir de maneira imprudente e em alta velocidade atropelou e matou um ciclista e foi absolvido.

Isto posto fica claro que a redução da maioridade penal no Brasil servirá apenas para prender “menor abandonado”, ocultando a desigualdade, a miséria e a fome. O famoso jeitinho brasileiro de querer “tapar o sol com a peneira”.

abs,

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Numa Cidade Muito Longe Daqui...


Ultimamente tenho me impressionado cada vez mais com a contradição e a bipolaridade de opinião da nossa sociedade em assuntos que envolvem instituições públicas, como por exemplo a Polícia.

Os membros e simpatizantes da tal instituição, por um lado tentam legitimar as ações realizadas pela mesma afastando-a da marginalidade. E por outro lado agem na contramão de sua linha de pensamento colocando a polícia no mesmo nível dos que vivem à margem da lei explicitamente, comparando as críticas que são direcionadas a ambas partes.

Em relação a isso, o que a sociedade precisa recordar, é que a polícia é paga pela população para servir e proteger a própria população, e dela expectamos segurança. Já do manifesto criminoso não esperamos nada além de crimes.

E me dei conta que essa contradição e bipolaridade atingiram níveis extremos quando há algumas semanas, muitas pessoas buscaram a qualquer custo justificar o assassinato de uma inocente criança de 10 anos para tentar legitimar uma ação policial. As pessoas estão mais preocupadas com seus iPhones do que em resolver os problemas de fato, chegando ao ponto de colocarem bens materiais acima de uma vida.

Portanto acho que é nesse ponto que se localiza a raiz da inversão de valores envolvendo o polêmico assunto, e caso aspiramos mudanças devemos primeiramente refletir sobre isto. 

abs,

domingo, 29 de março de 2015

Triste Realidade


Retrato do atual cenário do futebol carioca resumido em 90 minutos. Essa é a frase que define o jogo. Falta de talento e técnica exibida lance após lance. O fato de Gegê (Botafogo) e Jhon Cley (Vasco) vestirem as camisas 10 de seus respectivos times, expõe perfeitamente isso.

Do lado do Botafogo, com um time extremamente limitado desfalcado de seis importantes peças, um Gilberto nitidamente "meia-bomba", uma zaga lenta, um ataque que atrapalha mais do que ajuda, jogando os últimos 15 minutos praticamente com 1 a menos devido à lesão do péssimo centroavante Tássio e a insistência de Renê Simões com o fraquíssimo Gegê, o empate acabou sendo um bom resultado.

Aliás, Renê Simões deixou a desejar hoje. Além da insistência em Gegê, ele repetiu o erro do jogo contra a Cabofriense, deixando o time praticamente em desvantagem numérica após a lesão do "grandalhão" Tássio (que precisou jogar o período final da partida no sacrifício), ao queimar uma substituição de forma desnecessária, colocando o mesmo no lugar do também centroavante e limitado Bill. O treinador alvinegro também não poderia ter deixado de utilizar Luis Ricardo, mediante as opções que dispusera

O breve lado positivo botafoguense fica por conta das atuações do promissor William Arão, de Élvis (e que faça Renê nunca mais colocar o Gegê pra jogar) por se tratar de uma estreia, do "bichado" Roger Carvalho (apesar da falha no gol) e do bom jogador (apesar de possuir limitações em alguns quesitos) Diego Giaretta, que além do mais jogou improvisado e não decepcionou, muito pelo contrário.

Já o lado cruz-maltino tem muito o que lamentar, não soube aproveitar todas as adversidades que seu oponente enfrentou, mas foi melhor no jogo. Conseguiu compensar a falta de criação no meio, explorando seus laterais, e contou a boa marcação de seus volantes e zagueiros, além de dispor do bom centroavante Gilberto, que é superior aos que o Botafogo possui em seu elenco,

Os dois elencos são sofríveis. O Vasco tem como alento o Dagoberto. E o Botafogo, o fato de ter um desafio bem menor na Série B.

abs,
  

quarta-feira, 11 de março de 2015

Solidão em meio a Multidão


Ao assistir uma entrevista do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, na qual ele fala sobre laços humanos, redes sociais, liberdade e segurança. Refleti sobre o quanto são superficiais, em sua grande maioria, as amizades criadas nas redes sociais, em geral. Devido à ausência dos “laços humanos”, nos dando uma sensação ilusória de interação e aceitação, mudando o sentido da palavra “amizade”.

Essa tal ausência dos laços humanos também minimizam os vínculos afetivos, a ponto dessas amizades, de tão superficiais que são, serem construídas ou desfeitas com um mero toque em um botão.

E segundo Bauman, essa facilidade para romper as amizades é a maior atratividade desse novo tipo de amizade, pois romper relações é sempre um evento muito traumático e a internet simplificou este ato, minando cada vez mais os vínculos humanos.

Mas que por outro lado, propicia o desapego devido à falta de perspectiva de futuro que só estão presentes em amizades oriundas do contato pessoal.

Por fim ele levanta a questão da ambivalência da vida, dizendo que segurança e liberdade são dois valores essenciais e absolutamente indispensáveis para uma vida satisfatória, recompensadora e relativamente feliz, proferindo os reflexivos trechos “Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos.” e “Cada vez que você tem mais segurança, você entrega um pouco da sua liberdade”.


Eu sempre digo que segurança é um mal necessário, pois como já diz Falcão do O Rappa: “As grades do condomínio são para trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão”.

abs, 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A Banalização da Amarelinha


A transferência de jogadores convocados com frequência para a seleção brasileira, como Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart e até de um titular absoluto como Diego Tardelli, para países localizados na chamada “periferia” do futebol mundial, demonstra como a seleção brasileira anda banalizada.

Atualmente o jogador prefere ir parar nos Emirados Árabes e na China para jogar em um Al-Ahli, um Guangzhou Evergrande ou um Shandong Luneng, colocando em primeiro lugar sua conta bancária, mesmo que isso signifique ficar esquecido e dar adeus completamente à chance de vestir novamente a camisa da seleção.

Eu sei que a carreira de jogador de futebol é curta e por isso o pé-de-meia torna-se ainda mais importante. Mas essa tese não se aplica ao caso de Diego Tardelli, jogador que já teve diversas oportunidades para fazer o tal pé-de-meia, após três passagens pela Europa e uma pelo Qatar. 

E que mesmo assim resolve novamente deixar o país e se transferir para um clube chinês, logo quando aos 29 anos, pela primeira vez na carreira começa a se firmar como titular absoluto da seleção, “surfando na onda” após marcar dois gols na vitória que garantiu o título do Superclássico das Américas em cima da nossa maior arquirrival Argentina, lidando com a iminente chance de disputar e quem sabe ganhar uma Copa como atacante titular da seleção, e com isso alcançar status semelhantes ao de nada mais, nada menos, um Romário e Ronaldo, por exemplo.

Por fim quero deixar bem claro que não estou comparando a qualidade técnica do Tardelli com a de Romário e Ronaldo, pois todos nós sabemos que é bem inferior. Romário e Ronaldo, acredito eu, nunca jogariam na China aos 29 anos de idade, atuando como titular da seleção. E mesmo se jogassem, ainda assim poderiam ser convocados, Tardelli não. Retratando ainda mais a dimensão da oportunidade que ele pode estar perdendo.

abs,