O sistema de financiamento privado de campanhas privilegia
políticos ligados a grandes empresas, fazendo com que o processo
eleitoral seja exclusivamente decidido pelo poder econômico. Na
prática, as eleições ficam nas mãos de quem tem mais dinheiro
para financiá-las. A corrupção tem suas raízes nas relações
pouco transparentes que são estabelecidas durante as campanhas com
financiamento privado. Ao financiar os políticos as empresas impõem
seus interesses, gerando poderosos lobbies e bancadas corporativistas
nos parlamentos brasileiros.
Além disso, grande maioria das candidaturas conta com cifras
impressionantes oriundas do empresariado. Caso você não tenha doado
nada na última eleição, seguindo a lógica, é provável que tenha
bem menos influência sobre os políticos eleitos do que os grandes
doadores.
Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap) apontam que dos 594 parlamentares (513 da Câmara e 81 do
Senado) eleitos em 2010, 273 são empresários, enquanto apenas 91 se
definem como representantes dos trabalhadores.
Outra questão importante seria a pouca visibilidade dos partidos
com menores doações. O peso do dinheiro nas campanhas faz com que
muitos candidatos não possam se apresentar aos eleitores, enquanto
outros se apoiam em robustas campanhas de marketing com pouco foco
nas discussões mais importantes do nosso país.
Exemplificando:
O financiamento privado de campanhas
resultaria em um grande imbróglio “se” após subsidiarem
campanhas do PMDB no Rio de Janeiro...
A Odebrecht “ganhasse” a concessão
do Novo Maracanã....
A OAS ganhasse a atribuição para a
construção da Transcarioca, parte do consórcio Porto Novo S/A e
parte do controle do Metrô Rio, por intermédio da Invepar. E “se”
entre os projetos ligados à Copa e Olimpíadas, a OAS também
“participasse” dos consórcios do Porto Maravilha (R$ 7,7
bilhões), Transolímpica (R$ 1,6 bilhão), Reabilitação Ambiental
da Bacia de Jacarepaguá (R$ 673 milhões), do VLT (R$ 1,2 bilhão),
além da concessão das obras de controle de enchentes na Praça da
Bandeira, próximo ao Maracanã (R$ 292 milhões).
“Se” a Camargo Corrêa “ganhasse”
a concessão do Metrô Rio...
“Se” a Andrade Gutierrez “ganhasse”
as concessões do das Barcas além de 9 rodovias...
Haveria problema “caso” o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defensor do
financiamento privado de campanha e recordista de arrecadação,
“recebesse” 205 mil reais da seguradora Bradesco Saúde e
“vetasse” a constituição da CPI dos Planos de Saúde e como
relator da Medida Provisória 627, “fizesse” uma emenda
anistiando multas dos planos de saúde em 2 bilhões de reais.
Mas tudo isso é apenas hipótese, na
realidade isso não acontece, né?
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