quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O Peso do Financiamento Privado de Campanhas


O sistema de financiamento privado de campanhas privilegia políticos ligados a grandes empresas, fazendo com que o processo eleitoral seja exclusivamente decidido pelo poder econômico. Na prática, as eleições ficam nas mãos de quem tem mais dinheiro para financiá-las. A corrupção tem suas raízes nas relações pouco transparentes que são estabelecidas durante as campanhas com financiamento privado. Ao financiar os políticos as empresas impõem seus interesses, gerando poderosos lobbies e bancadas corporativistas nos parlamentos brasileiros.

Além disso, grande maioria das candidaturas conta com cifras impressionantes oriundas do empresariado. Caso você não tenha doado nada na última eleição, seguindo a lógica, é provável que tenha bem menos influência sobre os políticos eleitos do que os grandes doadores.

Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) apontam que dos 594 parlamentares (513 da Câmara e 81 do Senado) eleitos em 2010, 273 são empresários, enquanto apenas 91 se definem como representantes dos trabalhadores.

Outra questão importante seria a pouca visibilidade dos partidos com menores doações. O peso do dinheiro nas campanhas faz com que muitos candidatos não possam se apresentar aos eleitores, enquanto outros se apoiam em robustas campanhas de marketing com pouco foco nas discussões mais importantes do nosso país.

Exemplificando:

O financiamento privado de campanhas resultaria em um grande imbróglio “se” após subsidiarem campanhas do PMDB no Rio de Janeiro...

A Odebrecht “ganhasse” a concessão do Novo Maracanã....

A OAS ganhasse a atribuição para a construção da Transcarioca, parte do consórcio Porto Novo S/A e parte do controle do Metrô Rio, por intermédio da Invepar. E “se” entre os projetos ligados à Copa e Olimpíadas, a OAS também “participasse” dos consórcios do Porto Maravilha (R$ 7,7 bilhões), Transolímpica (R$ 1,6 bilhão), Reabilitação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá (R$ 673 milhões), do VLT (R$ 1,2 bilhão), além da concessão das obras de controle de enchentes na Praça da Bandeira, próximo ao Maracanã (R$ 292 milhões).

“Se” a Camargo Corrêa “ganhasse” a concessão do Metrô Rio...

“Se” a Andrade Gutierrez “ganhasse” as concessões do das Barcas além de 9 rodovias...

Haveria problema “caso” o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defensor do financiamento privado de campanha e recordista de arrecadação, “recebesse” 205 mil reais da seguradora Bradesco Saúde e “vetasse” a constituição da CPI dos Planos de Saúde e como relator da Medida Provisória 627, “fizesse” uma emenda anistiando multas dos planos de saúde em 2 bilhões de reais.

Mas tudo isso é apenas hipótese, na realidade isso não acontece, né?

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