A CPI do Sistema Carcerário na Câmara pode aprovar a privatização das penitenciárias. Seus defensores creem que a redução da maioridade penal e a carência de recursos públicos para a construção de novas unidades ajudarão.
Hoje um preso custa cerca de 1.300 reais mensais aos cofres públicos. Em contratos de privatização de penitenciárias já firmados (como em Minas Gerais) ou nos que ainda ainda serão assinados (por exemplo, São Paulo) o valor estimado de repasse para a empresa que vai gerir o sistema é de 2.700 reais mensais por detento. Ou seja, em um presídio com 10.500 detentos, o Estado vai entregar para uma única empresa (ou consórcio) cerca de 28,3 milhões de reais por mês.
Quem ganha com isso?
Os políticos, que terão sua campanhas eleitorais bancadas por esses empresários.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, campeão de arrecadação, gastou 6,4 milhões de reais para reeleger-se, propôs a inclusão da doação de empresas privadas a partidos políticos na Constituição Federal e a redução da maioridade penal.
O sistema carcerário brasileiro tende a se transformar em um enorme negócio.
No ano passado, após deixar para trás a Rússia, o Brasil se tornou detentor da terceira maior população carcerária do mundo, composta em sua esmagadora maioria por negros e pobres.
Não se espante se em um futuro próximo, aparecermos no topo do ranking.
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