Desde a campanha do rebaixamento no ano passado, quando o então
presidente Maurício Assumpção não mediu esforços para colocar o Botafogo
na divisão de acesso do Campeonato Brasileiro, já era evidente que o
Glorioso não é time de Série B.
Mesmo com os salários atrasados, jogadores problemáticos no elenco e
diversas confusões em meio à disputa do campeonato, a equipe vencia
partidas importantes e no peso da camisa conseguia se manter fora do Z4…
Até que o nosso excelentíssimo presidente resolveu nos fazer o
“favor” de afastar nada mais nada menos que quatro dos principais
jogadores do elenco (Sheik, Edílson, Júlio César e Bolívar), e para
completar, o time perdeu Wallyson por contusão, que havia assumido o
papel de artilheiro e protagonista do time após os afastamentos. Aí não
teve camisa que segurasse… Rebaixamento na certa!
Começa 2015, e com o elenco alvinegro desmantelado, clube sem
dinheiro em caixa para contratar e altos rumores de que o retorno à
Série A é inviável, havia aqueles que chegavam a cometer a infâmia de
bradar aos quatro cantos que o Botafogo iria falir ou acabar. Rumores
que logo durante a disputa Taça Guanabara começaram a perder força,
principalmente após a vitória alvinegra sobre o Flamengo diante de um
Maracanã lotado em pleno aniversário de 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.
Mais tarde, os céticos se surpreenderiam ainda mais ao ver os
desacreditados de General Severiano conquistarem o título da mesma Taça
Guanabara, desbancando o mesmo Flamengo, e logo depois eliminarem o
Tricolor das Laranjeiras de Fred e companhia, na semifinal do Campeonato
Estadual, para disputarem uma final de igual pra igual contra o Vasco,
apesar de deixarem o título escapar.
Vem a Série B, e mesmo com o time sempre se mantendo nas primeiras
posições, devido a perdas de jogadores e oscilações dentro da
competição, as desconfianças perduraram pelo menos até o início do
returno, quando a equipe então deslancha, não dando mais nenhuma margem
para o pessimismo, passando a sobrar no campeonato, conquistando o
acesso com três rodadas de antecedência e na última sexta-feira (20), o
título, ainda restando uma rodada para o final do campeonato.
Todas essas façanhas citadas foram realizadas, salvo algumas
exceções, por atletas de baixo nível técnico, com remuneração estipulada
por um teto salarial bem abaixo da realidade dos outros clubes grandes
do país, porém a armadura que eles usaram nas batalhas é mais conhecida
como “manto alvinegro”, e possui um peso descomunal, capaz de ganhar
jogos praticamente “sozinha”, provando que um clube de camisa tão
importante jamais pode ficar de fora da elite do futebol nacional.
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