terça-feira, 14 de julho de 2015

A Hipocrisia Convencional da Cultura de Massa


Recentemente, o apresentador e jornalista Zeca Camargo revoltou músicos do gênero ‘Sertanejo Universitário’, após dar uma declaração dizendo que eles são fenômenos que "empobrecem" a cultura brasileira.

Revolta da qual não compreendida por mim...

Cantores de sertanejo universitário não fazem músicas de apelo comercial?

Em outras palavras, não fazem músicas que tem por objetivo único e exclusivo de ‘vender’?

Realmente a hipocrisia está presente em todos os setores e classes. E além da hipocrisia, há também o desconhecimento.

Muitos desses músicos devem desconhecer o campo estético da Cultura de Massa, que ao contrário da Cultura Popular e da Cultura Erudita, não preza pela espontaneidade e percebe a cultura e a arte como mercadoria e fonte de lucro, mas incorpora seus atributos, banalizando-os e esvaziando-os de seu conteúdo original, pois valoriza somente os aspectos que caem no gosto da massa e possuem potencial para lucro, oprimindo assim, outras manifestações culturais que vão perdendo espaço e legitimação social paulatinamente.

A Cultura de Massa foi criada e produzida pela mídia com um objetivo específico, atingir a massa, transformando-os em produtos para o consumo, estando sempre ligada ao poder econômico do capital industrial e financeiro.

A Indústria Cultural transforma cultura e arte em produto, seguindo a lógica do sistema capitalista, sendo o instrumento que processa os “produtos” culturais em grande escala, em série industrial.

Esta cultura de entretenimento é hipnotizante, entorpecente, indutiva. Ela é introjetada no ser humano de tal forma, que se torna quase inevitável o seu consumo, principalmente se a massa não tem o seu olhar e a sua sensibilidade educados de forma apropriada, e o acesso indispensável à multiplicidade cultural e pedagógica.

A verdade dói, mas liberta.

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