sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Crítica | "Convoque Seu Buda" - Criolo


Convoque Seu Buda é o terceiro álbum da carreira de Criolo, e chega para comprovar o amadurecimento de Criolo e superar musicalmente e humoristicamente falando, o antecessor e repercutido Nó na Orelha.

A faixa de abertura e que dá nome ao álbum, serve para apresentar a crítica social que já é característica do músico em uma levada empolgante.

Em Esquiva de Esgrima (uma das melhores faixas do álbum), Criolo volta à essência do rap tanto no beat, quanto na letra que aborda assuntos como violência policial e racismo. E cita músicos precursores do gênero no Brasil como Black Alien, Sabotage e Edi Rock. Mas no refrão não deixa de implementar sua musicalidade peculiar.

Casa de Papelão, o nome já bem sugestivo constata que a linha crítica social é mantida na faixa, tratando do tema dos moradores de rua usuários de crack, explícito nos trechos "Seus amigos são, um cachimbo e o cão" e "Toda pedra acaba, toda brisa passa, toda morte chega e laça... São pra mais de um milhão!".

A faixa Cartão de Visita é em minha opinião a melhor do álbum, o ritmo é contagiante e conta com participação especial da talentosíssima Tulipa Ruiz. Na letra, Criolo aborda questões de desigualdade social e divisão de classes e cita sua polêmica entrevista com Lázaro Ramo em: “A alma flutua, leite a criança quer beber. Lázaro, alguém nos ajude a entender!”.

Na sequência do álbum, o rapper paulista demonstra sua versatilidade e liberdade musical, principal marca do disco. Em Fermento Pra Massa, com o samba, também presente em Nó na Orelha com a faixa Linha de Frente. Em Pé de Breque (nova versão de Não Bolou Por Que), aparece o reggae, agora em uma versão bem mais roots do que a faixa Sambei, também do disco anterior. E o forró, no baião dançante Pegue Pra Ela.

Com Plano de Voo e Duas de Cinco (que já havia sido lançada ano passado em um EP), o álbum retorna ao rap underground. A primeira conta com a participação do rapper Síntese e possui um instrumental psicodélico e uma letra fascinante. A segunda é rap clássico de beat sampleado. O refrão foi extraído da música Califórnia Azul de Rodrigo Campos, artista contemporâneo, da mesma geração de Criolo. A letra fala da sociedade marginalizada, de drogas, desde o âmbito social à questão do tráfico e uso que envolve as elites, tendo espaço para falar até do salário dos professores e ainda cita Foucault, Hobsbawm, Drummond e Maquiável, apresentando seu leque de influências literárias e filosóficas.

A participação de Juçara Marçal em Fio de Prumo (Padê Onã) fecha com chave de ouro o disco. A música contém melodia bastante agradável aos ouvidos, típica da “brasilidade” das canções de Criolo, o que a torna uma das melhores do álbum.

O disco faz jus à espera e tem tudo para consolidar a carreira do músico e afastá-lo de vez do cenário underground.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Hipocrisia e Incoerência


Todos são contra a segregação.  Mas só até alguém falar em cotas ou amarrarem mais um pobre no poste.

São contra cotas para negros e/ou pobres nas universidades brasileiras. Mas parabenizam colegas que conseguiram vagas em universidades da Europa, dos EUA ou do Canadá graças à concessão de cotas para estrangeiros nessas instituições.

São contra o assistencialismo, pois entendem que não se deve dar o peixe, tem que ensinar a pescar. Mas ganharam carro da mãe e o pai paga a mensalidade da faculdade e da academia.

Usam de convicto moralismo para criticar o funk carioca com suas letras de apelo sexual. Mas silenciam-se perante músicas de rock e metal que fazem apologia explícita ao sexo – muitos inclusive ouvem com gosto essas músicas sem lhes dirigir a reprovação moral(ista) que dedicam ao funk.

Demonizam exorbitantemente a maconha. Mas acordam com Prozac e dormem com Rivotril.

Muitos se dizem os primeiros a defender a democracia. Mas só quando seus candidatos vencem. Quando o processo se inverte, as forças conservadoras enlouquecem e incentivam o golpismo.

São favoráveis à ditadura militar. Mas se fazem valer do direito de se posicionarem de maneira contrária ao Estado.

Exigem segurança policial nas ruas e punição a bandidos, mas raramente demandam a erradicação das raízes da criminalidade. Suas diligências não pedem pela solução da criminalidade, mas sim apenas pela vingança contra criminosos, parecendo que o que lhes é mais importante não é viver numa sociedade pacífica e harmônica, mas sim ver crimes contra a vida e a propriedade sendo “devidamente” vingados mesmo que a violência e a insegurança perdurem.

Defendem penas cruéis como a tortura, prisão em penitenciárias propositalmente malcuidadas e a pena de morte quando se deparam com notícias envolvendo crimes atrozes cometidos por pessoas desprovidas de riquezas e poder econômico, não manifestando nem de longe a mesma aversão quando o criminoso em questão é rico (empresário, juiz, político, cartola etc.) ou filho de pais ricos – exceto quando o crime é de corrupção em alguns poucos casos.

Dizem-se defensores enfáticos da liberdade. Mas tanto bradam contrariamente a liberdades básicas como o direito de ser ateu, satanista, pagão ou afrorreligioso; o direito de homo, bi e pansexuais de amarem e serem felizes com quem quiserem; o direito de ser comunista ou socialista; o direito da mulher e do homem trans de escolher entre abortar ou manter a gravidez etc.

Dizem defender “a moral e os bons costumes”. Mas, ao mesmo tempo em que não consideram “bons costumes” nem valores morais válidos o respeito às diferenças, a tolerância religiosa e a solidariedade altruísta, omitem-se contra os autênticos maus costumes, como o ódio intolerante contra seres humanos de categorias sociais diferentes, a violência abusiva e a corrupção de muitos que se dizem “paladinos da moral”.

Se o rico defende a “elite branca” é fascista. Se ele defende o pobre é hipócrita.

abs,

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Intolerância Religiosa


A intolerância religiosa atinge todas as religiões, mas no caso do nosso país, as religiões afro-brasileiras, historicamente são alvos de maior de perseguição.

Desde a época da colonização, as religiões de matizes africanas e ameríndias não foram encaradas pelas camadas dominantes apenas como diferentes do catolicismo professado pelo colonizador português. Foram consideradas primitivas, falsas e ameaçadoras – daí a origem de serem tão reprimidas e perseguidas.

As "guerras santas" atingem diversos países até os dias atuais. Afeganistão (fundamentalistas radicais muçulmanos x não-muçulmanos), Nigéria  (cristãos x muçulmanos), Iraque (xiitas e sunitas) e Israel (judeus x muçulmanos) são alguns deles.

Na história da humanidade, a intolerância religiosa é ostensivamente responsável por motivar uma parcela dos conflitos e da opressão. E na atualidade, é sem dúvidas a principal causa das guerras,
acarretando um número desmedido de mortes, que deploravelmente incluem muitas crianças. Como é o caso da maior guerra dos nossos dias atuais, o conflito israelo-palestino. Disputa que tem muitos pontos  relacionados a assuntos religiosos.

Contudo conclui-se que pessoas que se dizem religiosas e atacam religiões alheias estão subordinados na total ignorância. Demonstrando desconhecimento sobre o que seguem, suas crenças e sobre o conceito religiosidade/espiritualidade. O fato de que a morte de Jesus Cristo foi provocada pela intolerância religiosa dos religiosos da época sintetiza bem isso.

É o descumprimento dos princípios básicos da religião, tal como propagar a paz, o amor, a união e o respeito. E que ao contrário disso, culminam em disseminar o ódio e a desagregação, cometendo uma descomunal inversão de valores.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

E por que não legalizar?


Às vezes me indago...

Como pode alguém ser contra o uso de uma erva que caso traga algum malefício é apenas para o próprio usuário, e que além do mais é medicinal? Fico me perguntando, mas não consigo encontrar argumentos plausíveis contrários à legalização da maconha.

Mas vamos lá... Caso o receio seja de que o acesso a erva se torne mais fácil com a legalização, há um equivoco. Vá a uma farmácia qualquer e peça algum tipo de remédio controlado sem possuir receita em mãos para ver se conseguirá efetuar a compra do medicamento. Havendo um controle, o acesso se tornará bem mais difícil do que atualmente, onde qualquer pessoa de qualquer idade consegue comprar a droga na mão do traficante.

Caso for adepto à teoria de que a maconha é porta de entrada para drogas mais pesadas, lhe aconselho a levar em consideração que a legalização colocará a venda da maconha longe das outras drogas. O que dificultaria o acesso a essa porta de entrada (caso ela exista).

Se sua opinião se basear nos malefícios que a erva pode proporcionar, fique sabendo que no mundo inteiro nunca foi registrado nenhum caso de morte devido ao uso da maconha. Já os números absurdos de mortes que a guerra às drogas já ocasionam, não é novidade para ninguém. Desde a legalização em dezembro de 2013, nosso país vizinho, o Uruguai, conseguiu zerar as mortes relacionadas ao tráfico de maconha por exemplo.

E se o argumento for a dependência que a cannabis causa, drogas lícitas como o álcool e o cigarro e até o café, causam dependência em níveis similares e até superiores do que a maconha.

Sem contar na questão mais absurda que envolve a proibição, onde mães precisam se tornar traficantes para importarem a maconha medicinal a fim de tratarem de seus filhos. A maconha medicinal é usada no tratamento do câncer, AIDS, esclerose múltipla, glaucoma, dores, ansiedade e dependência, por exemplo.

Essa concorrência com outros medicamentos acarretará prejuízos enormes à indústria farmacêutica. E o fato dela se tornar uma ameaça a esse tipo de interesse econômico, torna-se um dos maiores entraves em relação à legalização da maconha medicinal.

Tais argumentos comprovam o quanto as alegações contrárias à legalização da maconha são sempre carregadas de preconceitos e interesses.

abs,

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sepe: Lutas e Conquistas em Duque de Caxias


Criado em 1977 com o nome de Sindicato Estadual dos Professores (Sep). O Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) tem sua sede no Centro da cidade do Rio de Janeiro e possui núcleos nos municípios com maior rede e número de habitantes.
Como é o caso de Duque de Caxias, que tem seu núcleo como responsável pelas escolas da rede municipal e da rede estadual da cidade. O núcleo de Duque de Caxias foi inaugurado juntamente com a rede estadual do Sepe Central, mas tem como diferencial uma construção histórica de luta na cidade de Duque de Caxias. O Sepe por ser um sindicato de profissionais de educação - além das questões dos sistemas de ensino e educação, também pensa a cidade de Duque de Caxias de uma maneira geral. ”Não apenas especificamente na educação e no que diz respeito às escolas, mas é uma militância da cidade na questão da habitação, água, saúde, esse é o diferencial do Sepe de Duque de Caxias.”, afirmou Tays Rosalin, diretora do Sepe Duque de Caxias há dois anos, também professora e orientadora educacional da rede municipal de Duque de Caxias. Batemos um papo e ela também respondeu outras perguntas a respeito do núcleo.


Quais foram as principais realizações do núcleo?

A cada ano, cada situação, a gente tem a data básica que é o momento onde a gente consegue concentrar o maior numero de profissionais e muitas vezes nessas datas básicas acontecem as greves, e aí que a gente consegue uma série de retornos por conta da nossa luta, por conta do número de profissionais que estão na greve. O nosso plano de carreira, a gente entende como uma de nossas maiores conquistas. Plano que é até muito copiado pra outras redes. E que permite um professor que quando vai fazer um mestrado, doutorado, conseguir uma licença para ele se formar, para voltar um profissional melhor, em outras redes isso não acontece, existe toda uma burocracia e a pessoa não consegue se licenciar pra isso. O pai que é da rede e tem filho consegue uma licença paternidade de um mês, e geralmente no CLT, em outras redes, ele só ficaria licenciado por uma semana.  A questão do plano de carreira no que diz respeito à formação, se você se forma, faz uma pós-graduação, seu salário aumenta. Também a valorização do profissional com a cada 5 anos tendo um aumento de salário por se tornar um funcionário mais experiente.


E as principais lutas?

A luta independente do ano, independente da unidade, é sempre para a melhoria da educação, para o profissional, para a melhoria da qualidade na infraestrutura, na questão salarial, na valorização, aposentadoria, fim das gratificações para serem incorporados no salário, são as bandeiras de luta. E em Caxias especificamente a bandeira maior diz respeito à eleição direta para diretores.  Aqui (em Duque de Caxias) existe uma influência muito forte dos políticos locais, então eles indicam os vereadores, alguns municípios vivem isso e nós estamos aqui há mais de 30 anos lutando por isso, e a gente quer quebrar esse círculo vicioso para que eles sejam eleitos. Isso não irá resolver todos os nossos problemas, mas vai deixar a escola mais democrática para quem lá trabalha, pra quem lá estuda.


Quais as principais greves realizadas?

A gente teve uma greve há mais de 20 anos, que durou mais de 80 dias e que de lá foi tirado o plano de carreira. Mas todos os anos a gente tem uma pauta. Acreditamos que todas as greves são importantes.


E para finalizar. Quais as principais reivindicações?

Exemplo: Esse ano a nossa greve teve alguns pontos específicos que a gente colocou para o governo, que se não acontecesse minimamente um início de mudança, nós não sairíamos da greve. Nossa greve durou mais de um mês. Os principais pontos dessa data básica de 2014 foram: A eleição direta para diretores, e o projeto saiu, só basta ser aprovado na câmara. O concurso público, já são 10 anos sem concurso público, muitas pessoas saíram, morreram, se licenciaram, a escola ampliou e não temos mais profissionais para trabalhar, embora muita gente queira, mas não tem concurso. Enfim, o concurso já está em processo de licitação para saber qual a banca que vai fazer, e o edital está previsto para outubro. Outra bandeira importante é o terço que já é uma lei para o professor ficar  afastado do trabalho com o aluno na sala de aula e ter um tempo para planejar, reorganizar, corrigir provas, enfim essa é a luta pra implementação da lei de um terço sem interação com aluno. E a infraestrutura que é algo que não dá pra se pensar de forma imediata, mas é fundamental porque vemos escolas muito precarizadas com questões de infiltrações, alagamentos, falta de manutenção, sem ventilador, questão de esgoto muito séria, falta d’água que é uma realidade muito cruel na cidade. Essa são as principais reivindicações ao longo dos anos.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ideologia Obsoleta: underground vs. mainstream


Fazendo uma comparação com décadas anteriores, percebo o quanto regredimos em termos de qualidade musical no cenário nacional.

Repare nos principais artistas da nossa música nas décadas de 70 e 80 e compare com nosso cenário musical atual. Nos anos 70 e 80, figuravam entre os primeiros lugares nas paradas de sucesso,  nada mais, nada menos que Tim Maia, Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Milton Nascimento, Cartola, Raul Seixas, Cazuza, Legião Urbana, Lulu Santos, Paralamas, entre outros. E a nível de comparação, observamos a lista de vencedores divulgada ontem na noite da celebração mais importante da música pop brasileira, o Prêmio Multishow, e nela encontramos como principais destaques, Thiaguinho, Paula Fernandes, Sorriso Maroto e Luan Santana. Preferências musicais à parte, é inegável que a decadência torna-se evidente.

Percebendo essa decadência me pergunto: Será que o povo brasileiro regrediu intelectualmente ou a ditadura militar forçava nossos músicos a serem mais criativos?

Fato é que a maioria dos artistas da atualidade é fruto da indústria cultural que vem se consolidando e acarretando uma “degeneração” na música brasileira dando origem a uma alienação, através da sociedade do espetáculo. Tirando algumas exceções, não se produz mais música prezando pela sua qualidade, mas sim, um produto para agradar em um mercado competitivo muito paradoxal, onde o que move o cotidiano é sexo, amor, prazer e diversão. E esse tipo de música de maior apelo comercial sabe muito bem utilizar desse artifício para suas engrenagens e vice-versa, porque querendo ou não, o produto da indústria cultural gera uma influência, fazendo apologia a esse mundo de ilusão.

Mas nem tudo está perdido! Vem surgindo uma nova geração de músicos denominada como “nova música brasileira”, composta por nomes como Céu, Mallu Magalhães, Roberta Sá, Maria Gadú, Clarice Falcão, Tiê, Criolo, Emicida, Tulipa Ruiz, Mariana Aydar, Marcelo Jeneci, Ana Cañas, Felipe Catto, Móveis Coloniais de Acaju, entre outros. Atraindo milhares de fãs, mesmo sem ter a visibilidade e exposição de um Thiaguinho, por exemplo.


No entanto demonstra que ainda despontam no Brasil, artistas que prezam pela qualidade musical. E havendo interesse em procurar, encontraremos música boa, mesmo que seja no cenário underground.

abs,

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Farinha pouca, meu pirão primeiro?


Desde os primórdios dos tempos, parece ser uma tendência do ser humano defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios. Mas acontecimentos recentes me chamam atenção para esse conceito político, moral e social, que vem se tornando um dos principais males da contemporaneidade: o individualismo!

E essa tendência vem crescendo, a ponto da sociedade contemporânea colocar bens materiais acima de uma vida, e tachando de hipócritas aqueles que em troca de nenhum benefício, se importam com camadas menos privilegiadas da população. Cometendo total inversão de valores, tornando as pessoas egoístas (o tal do individualismo egoísta), tornando o altruísmo cada vez mais raro.

As pessoas dizem que esse individualismo é fruto da falta de confiança em seus líderes, mas se esquecem que essa insegurança também é causada por esse mesmo individualismo, onde o egocentrismo causa a desproteção. Eventualmente ocorrendo a consciência de grupo, quase sempre, mais por interesse de defesa do que por abnegação

Um argumento que é fruto dessa individualidade e também muito usado atualmente, é o de cada um de nós pensarmos apenas em si próprio, ou no máximo em nossos familiares e amigos. E aquele que só se preocupa com si próprio, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo, tampouco se importando com o que ocorre com sua comunidade e muito menos com a sociedade. 

Quando é perdido o espírito de sociedade, se causa um afastamento para um mundo de interesses particulares. E muitas guerras são originadas devido a esse afastamento. O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número expressivo de pessoas, refletindo essa influência no destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas, preocupados apenas com seus interesses.


Em muitas vezes não temos noção de nossas responsabilidades. E atitudes que às vezes nos passam despercebidas, podem acarretar consequências extremas.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Bagunça


A reorganização do calendário do nosso futebol vem se tornando cada vez mais urgente. E a rodada de ontem da Copa do Brasil tornou isso ainda mais evidente.

Três clubes favoritos ao título do Campeonato Brasileiro da Séria A, sendo eliminados por clubes da Série B, sendo que dois, dentro de casa, sofrendo viradas improváveis.

Isso para o futebol é ótimo. 

O problema são as suspeitas de "entregada" levantadas nessas eliminações, pois levam os clubes eliminados à disputa de outra competição, a Copa Sul-Americana.

O regulamento dá aos clubes essa "opção" de escolherem qual competição querem disputar.Já passou da hora dessas brechas dos regulamentos deixarem de existir. Isso só acontece na América do Sul.

E além do mais, é por essas e outras que a Copa Sul-Americana não se valoriza. 

É disputada por clubes de segundo escalão de seus países e ainda possui um regulamento esdrúxulo que pune o país do clube campeão, tirando uma vaga na Libertadores de seu campeonato nacional.

O modelo europeu está aí pra ser seguido.

O fim dos estaduais é iminente.

abs,

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Retrocesso


Ultimamente tenho visto muitas pessoas pedindo a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) à Presidência da República. Bom, portanto gostaria de expor aqui algumas declarações do “nosso salvador da pátria”.

Para os negros:
Ao ser perguntado pela cantora Preta Gil em entrevista ao programa CQC sobre o que faria se seu filho caso apaixonasse por uma garota negra, Bolsonaro disse "não discutiria promiscuidade" e que "não corre esse risco porque seus filhos foram muito bem educados".

Para os usuários de maconha e pessoas à favor da legalização:
Em novembro de 2010, o deputado disse que usuários de maconha deveriam "apanhar" para que não passassem a "cheirar" (usar cocaína), e em entrevista dada ao programa CQC, em abril de 2011, Bolsonaro reiterou as afirmações anteriores. Questionado no programa sobre como reagiria caso se o filho fosse usuário de drogas, Bolsonaro disse: "Daria uma porrada nele, pode ter certeza disso".

Para as mulheres:
Bolsonaro é considerado machista por seus opositores. Segundo o coordenador nacional do MNDH, Gilson Cardoso, Bolsonaro seria oposto à Lei Maria da Penha, que busca coibir a violência doméstica contra mulheres. Em sua briga com Maria do Rosário, Bolsonaro disse que não "estupraria" a deputada, afirmando que ela não "merecia". Além disso, a empurrou diante das câmeras, chamando-a de vagabunda, tendo sido contido por um segurança.

Para os gays:

"O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro, ele muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem."


Comprovando que o deputado além de se revelar altamente preconceituoso, é contra a liberdade e incita a violência. E isso também inclui lésbicas, índios... Resumindo: trata-se de um facista.
Também se diz à favor da tortura. Chegando ao ponto de fixar na porta de seu escritório um cartaz que dizia aos familiares dos desaparecidos da ditadura militar "quem procura osso é cachorro". E ainda há um vídeo (CD) que mostra Jair Bolsonaro saindo do Clube Militar do Rio de Janeiro, dizendo: "Nós não devíamos só torturar. Devíamos torturar e matar."

E por fim enviou uma carta à embaixada de Israel. Nela, expressa total apoio ao massacre promovido pelo exército sionista em Gaza – que já causou mais de 1.400 mortes, incluindo crianças, idosos e mulheres.

Será que a solução para um país altamente diversificado como o Brasil seria ter em sua presidência uma pessoa que afirma: "Sou preconceituoso, com muito orgulho "?

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O Dia em que a Sorte Tirou Folga


Já vinha batendo nessa tecla aqui.

Felipão tentou repetir a dose da chamada "Família Scolari", deixando de lado o futebol, em função da "amizade". Mas chegou o dia em que a sorte resolveu tirar folga.

Convocar um jogador que é reserva de um time da Ucrânia e o elevar à condição de substituto da estrela da companhia, sintetiza basicamente isso.

Além de ficar comprovado que é um técnico ultrapassado, quando, não se ver em seu time ao menos um resquício de jogada ensaiada e acha que seja obrigatória jogar com um centroavante "poste" em seu ataque. Tragédia anunciada.

Triste é ver um país que passa por tantas dificuldades, perdendo sua maior supremacia.

Porém, não acredito que nossos jogadores se tornaram inferiores aos de outros países, mas é claro e evidente que nossa seleção está atrasada taticamente.

Desde 2006 quando a seleção era reconhecidamente a melhor do mundo, isso vem ficando cada vez mais claro.

Já passaram pela seleção, técnicos ultrapassados e outros incompetentes, mas todos em comum eram brasileiros. Será que não é a hora de buscar em um técnico estrangeiro essa evolução tática que fez os outros países nos deixarem pra trás?

Nem tudo ainda está perdido. A humildade pode ser o caminho.

abs,

sábado, 5 de julho de 2014

Sequelas


Em sábado de festa...

Acordamos doentes.

Nos curamos de uma doença mortal, a febre amarela. Mas que nos deixou sequelas, dessas que só o tempo pode cicatrizar.

Mas o que fazer quando não se há tempo?

Neymar está para o Brasil assim como as vértebras estão para o nosso corpo. Uma vez que fraturadas, nos fazem perder a mobilidade e a ginga.

Fraturado, quebrado, foi o processo transverso de uma só de todas as vértebras da coluna. Porém, partido deixou o coração de milhões de brasileiros.

abs,

domingo, 29 de junho de 2014

A culpa é de quem?

           

Minha postagem anterior já havia antecipado que a seleção brasileira encontraria dificuldades, devido às fracas opções ofensivas, eleitas por Scolari para compor nossa seleção. 

Ontem, o técnico da seleção chilena, Jorge Sampaoli, deu um nó tático no nosso Felipão. É inadmissível jogar com um centroavante lento e isolado, em meio a três zagueiros e dois volantes, o time fica com menos um, o que é altamente comprometedor no futebol atual, onde os espaços se encontram cada vez mais reduzidos, e a parte física é essencial . 

Levando-se em conta a escassez de qualidade técnica das peças ofensivas que se encontram em nosso elenco, jogadores sem condição alguma de serem titulares da seleção brasileira  (leia-se Bernard e Jô), a solução seria ingressar Willian ao time titular, levando em consideração o que vinha fazendo pelo Chelsea na temporada, mas Felipão costuma optar por preterir jogadores com pouca "experiência" com a amarelinha.  

Porém, com a entrada de Willian, nosso treinador teria a opção de colocar Neymar ou Hulk para fazer o  chamado "falso 9", Hulk, por sinal, vem atuando como centroavante em seu clube, o Zenit da Rússia. 

Essas mudanças proporcionaria ao time um ganho, sobretudo, no quesito movimentação. Mas acho difícil um técnico teimoso e conservador fazer uma mudança tática a essa altura do campeonato. 

Para finalizar: Fred vem dando o máximo de si na seleção, mas infelizmente possui suas limitações, principalmente físicas, devido às inúmeras lesões ao longo de sua carreira. 
              
Portanto não culpem Fred. Culpem Scolari. Ele que convocou a seleção.

abs,


Luan Toja

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Museu de Grandes Novidades



Eu vejo futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades... Já dizia mestre Cazuza. Citação que me fez lembrar a convocação da seleção brasileira para a Copa hoje. Mas antes de mais nada, gostaria de ressaltar que gosto do trabalho do Felipão como técnico e que já está mais que comprovado que a sua estrela brilha, mas é lógico que tenho minhas preferências e ele, as dele. 

As minhas são até bem contestáveis, por exemplo, meu primeiro volante seria o Felipe Melo, e era a favor de testar o Júlio Batista como centroavante, mas preferências à parte, no geral acho o time titular muito bom, e que depois da Copa das Confederações que fez, deixou bem claro que tem totais condições de trazer o hexa, só colocaria o Maicon no lugar do Daniel Alves, mas tudo bem, meus maiores questionamentos estão no banco.

Primeiramente voltemos à 2002. O ataque reserva na Copa do Japão e da Coréia eram os questionadíssimos Edílson e Luizão que nunca foram considerados craques, mas que são indiscutivelmente superiores às nossas opções ofensivas atuais (Bernard e Jô). Felizmente nesse ano tudo deu certo, por não haver necessidade, a dupla de ataque reserva foi pouco utilizada e o Brasil acabou se sagrando pentacampeão. Porém anos depois, nosso então técnico Dunga resolveu tomar atitude parecida levando à Copa da África do Sul nomes como Kleberson, Júlio Batista, Nilmar e Grafite como opções ofensivas, alguns para mim até superiores à algumas opções nossas atuais. 

Mas até que então surge uma partida de quartas-de-finais contra a Holanda, em que a seleção em determinado momento do jogo se encontra em desvantagem numérica, em campo e no placar, necessitava-se então de opções ofensivas capazes de reverter tamanho quadro desfavorável. 

O final todos já conhecem, eliminação. Mas o que nos resta a fazer agora, é torcer e aguardar para saber se a estrela voltará a brilhar...

abs,

terça-feira, 29 de abril de 2014

Razão


Após muito tempo afastado daqui, estou de volta pra falar de um dos assuntos mais polêmicos do momento, mas visto por outro ângulo, visando mais a minha área, a jornalística, e prestando esclarecimento à leigos.
Não estou querendo defender a Rede Globo, mas por menor que seja, o dançarino tinha seu espaço na mídia, o que explica a ênfase dada ao fato de sua morte em comparação à outras, além dele ser funcionário de umas das maiores emissoras de TV do mundo, e é absolutamente normal e compreensível uma empresa homenagear seu funcionário que morreu, sinceramente acho a indignação em relação a isso totalmente injustificável.
A seguir algumas citações com base jornalística que justificam minha opinião:
"Toda notícia é um acontecimento e todo acontecimento é um fato, mas nem todo fato é acontecimento e nem todo acontecimento é uma notícia!"
"A notícia é geralmente um fato atual, verídico, de interesse geral e desconhecido do público. É a informação pura e simples que se reveste de interesse jornalístico. É a matéria-prima do Jornalismo, normalmente reconhecida como algum dado ou evento socialmente relevante que merece publicação numa mídia."
"Relevância: notícia deve ser importante, ou, pelo menos, significativa. Acontecimentos banais, corriqueiros, geralmente não interessam ao público"

Até a próxima, com polêmica ou não rs*.

abs,

Luan Toja