quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ideologia Obsoleta: underground vs. mainstream


Fazendo uma comparação com décadas anteriores, percebo o quanto regredimos em termos de qualidade musical no cenário nacional.

Repare nos principais artistas da nossa música nas décadas de 70 e 80 e compare com nosso cenário musical atual. Nos anos 70 e 80, figuravam entre os primeiros lugares nas paradas de sucesso,  nada mais, nada menos que Tim Maia, Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Milton Nascimento, Cartola, Raul Seixas, Cazuza, Legião Urbana, Lulu Santos, Paralamas, entre outros. E a nível de comparação, observamos a lista de vencedores divulgada ontem na noite da celebração mais importante da música pop brasileira, o Prêmio Multishow, e nela encontramos como principais destaques, Thiaguinho, Paula Fernandes, Sorriso Maroto e Luan Santana. Preferências musicais à parte, é inegável que a decadência torna-se evidente.

Percebendo essa decadência me pergunto: Será que o povo brasileiro regrediu intelectualmente ou a ditadura militar forçava nossos músicos a serem mais criativos?

Fato é que a maioria dos artistas da atualidade é fruto da indústria cultural que vem se consolidando e acarretando uma “degeneração” na música brasileira dando origem a uma alienação, através da sociedade do espetáculo. Tirando algumas exceções, não se produz mais música prezando pela sua qualidade, mas sim, um produto para agradar em um mercado competitivo muito paradoxal, onde o que move o cotidiano é sexo, amor, prazer e diversão. E esse tipo de música de maior apelo comercial sabe muito bem utilizar desse artifício para suas engrenagens e vice-versa, porque querendo ou não, o produto da indústria cultural gera uma influência, fazendo apologia a esse mundo de ilusão.

Mas nem tudo está perdido! Vem surgindo uma nova geração de músicos denominada como “nova música brasileira”, composta por nomes como Céu, Mallu Magalhães, Roberta Sá, Maria Gadú, Clarice Falcão, Tiê, Criolo, Emicida, Tulipa Ruiz, Mariana Aydar, Marcelo Jeneci, Ana Cañas, Felipe Catto, Móveis Coloniais de Acaju, entre outros. Atraindo milhares de fãs, mesmo sem ter a visibilidade e exposição de um Thiaguinho, por exemplo.


No entanto demonstra que ainda despontam no Brasil, artistas que prezam pela qualidade musical. E havendo interesse em procurar, encontraremos música boa, mesmo que seja no cenário underground.

abs,

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