Cresci ouvindo dizer que o Rio é a cidade mais democrática do Brasil, pois cultua-se um ideal, no qual as suas praias e o Maracanã constituem ambientes, cujos cidadãos das mais variadas classes sociais convergem harmoniosamente.
Mas, com o passar do tempo, fui percebendo que a realidade é totalmente inversa ao estereótipo do município.
Primeiro, descobri que transporte coletivo oriundo da Baixada sempre foi proibido de adentrar a Zona Sul.
Posteriormente, quando uma turista estadunidense foi estuprada dentro de uma van, e a prefeitura, simplesmente, desautorizou a circulação de transporte alternativo APENAS nos bairros da Zona Sul, logo subentendi que nos demais bairros o estupro era liberado.
Nessa mesma época, o ônibus que eu pegava para ir ao Centro, cujo terminal era na Praça XV, foi restringido a não passar mais da Candelária, e agora recentemente da Central.
No ano passado, a PM retirou jovens negros de ônibus vindos da favela para impedi-los de chegar à praia.
Agora, a Câmara quer separar a "Zona Oeste rica" da "Zona Oeste pobre".
Daqui a pouco, estarão fechando os túneis. Afinal, quem sabe dessa forma, a máscara caia definitivamente e o Rio revele sua verdadeira face, a da cidade mais segregadora do país.
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