Uma sociedade subalterna é constituída através do medo, da covardia e
da desinformação, tal como o corpo social que integramos. Inerte e
omisso, sem coragem, sem alma, sem coração. Vem ao mundo somente para
viver cegamente em harmonia com as leis e ordens sociais, sem prestar-se
ao mínimo trabalho de reflexão e contestação, limitando seu senso
crítico.
Aos seus olhos, se torna imperceptível, o inexorável controle exercido pelo Estado, que para maquiá-lo concebe direitos. O Civil
que na verdade serve meramente para que os ricos roubem os pobres e o
Penal para impedir que os pobres reajam, chamando sua própria violência
de lei, mas chamando de crime a violência do indivíduo, como bem
ressaltou Max Stirner.
Talvez nos falte um Martin Luther King para incitar que "temos o dever
moral de desobedecer as leis injustas" e despertar em nossa gente a
vontade de quebrar regras e conceitos internalizados e de certa forma
acimentados, que ordinariamente tratam-se de leis que segundo Michel De
Montaigne: “mantêm-se credíveis não por serem justas, mas apenas por
serem leis. É o fundamento místico da autoridade delas; não tem outro, e
é bastante; Frequentemente são feitas por imbecis”. Uma vez que a
escravidão, o holocausto e o apartheid já estiveram dentro da lei,
portanto não se deve usar a lei como parâmetro para a moralidade.
Certa vez, Cazuza pediu piedade e um pouco de grandeza e coragem pra
essa gente careta e covarde. Já Zé Ramalho, alertou em seus versos sobre
a vida de gado de um povo marcado e feliz a vocês que fazem parte dessa
massa de manobra, manipulada de maneira tão banal, dando origem a um
grande teatro de marionetes caricatas e compactuantes, que constroem o
alicerce de toda essa engrenagem do sistema. Pois como diria Simone de
Beauvoir: “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre
os próprios oprimidos”.
Não se esqueçam que violentos são os que impõe a desigualdade, não os que lutam contra ela.
Ano novo, vida nova, a esperança sempre se renova. Esse é lema que no momento vem norteando o sentimento dos torcedores de Flamengo, Fluminense e Vasco.
No Fla, as contratações pontuais do lateral-direito Rodinei (ex-Ponte Preta), do experiente zagueiro Juan (ex-Internacional), do volante Willian Arão (ex-Botafogo), do meia argentino Mancuello (ex-Independente) e principalmente a chegada do técnico Muricy Ramalho têm tudo para aprimorar um elenco que já era bom, mas que na temporada passada não deu liga nas mãos de Oswaldo de Oliveira.
O Flu é o clube carioca que mais investiu até o momento. Apesar de ter perdido o ótimo volante Jean para o Palmeiras, o clube das Laranjeiras acertou as contratações do excelente zagueiro Henrique, que estava no Napoli e disputou a última Copa do Mundo pela seleção brasileira, e de Diego Souza, um dos melhores meias em atividade no futebol brasileiro, o que credencia o Tricolor ao posto de melhor time do Rio nesse início de ano.
O Vasco já começou muito bem seu planejamento mantendo o técnico Jorginho, e surpreendeu por conseguir resistir ao assédio de grandes clubes sobre um time que apesar de não evitar o rebaixamento, fez fantástica campanha de recuperação na reta final do Campeonato Brasileiro, incluindo os valorizadíssimos Luan, zagueiro da seleção olímpica, e Nenê, que foi eleito o 'Craque da Galera' do Brasileirão 2015.
Com a manutenção de seus principais jogadores e contando com boas contratações, como a do ótimo lateral-direito Yago Pikachu, que chega à São Januário, oriundo do Paysandu, o Cruz-Maltino tem tudo para ter uma temporada tranquila e atingir com facilidade seu principal objetivo em 2016 que é o acesso à Série A.
E o Botafogo?
Não esqueci do time da Estrela Solitária. Mas na contramão dos outros clubes cariocas, o sentimento que ronda General Severiano nesse início de temporada não é o da esperança, e sim o da preocupação e o da incógnita.
Já era esperada e desejada uma grande debandada no elenco alvinegro, que apesar da conquista da Série B, não inspirava confiança para encarar de maneira competitiva a elite do futebol nacional.
Porém as peças de reposição que foram adquiridas até o momento pelo clube, não atenderam as expectativas de seus torcedores.
Sem dinheiro em caixa, o Glorioso resolveu apostar em jogadores pouco conhecidos do mercado sul-americano e de clubes de menor expressão do futebol brasileiro, gerando um enorme receio e desconfiança na torcida alvinegra.
Ano novo: esperança pra muitos, apreensão pra alguns...
abs,