terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"Absurdos" de Cruyff


Um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, Johan Cruyff, fez duras críticas à escolha de Cristiano Ronaldo como melhor jogador do mundo pelo segundo ano consecutivo.

Talvez eu nem tenha condições de me posicionar desta maneira, mas tenho que discordar de Cruyff. Pra mim Cristiano Ronaldo já vem sendo o melhor jogador do mundo antes mesmo de iniciar sua sequência de premiações em 2013.

De acordo com o ex-jogador do Barcelona, a escolha foi um "absurdo" para um atleta que foi um "espectador" na Copa do Mundo, quando defendeu a seleção de Portugal que não conseguiu passar da primeira fase da competição disputada no Brasil. Para o holandês o alemão Toni Kroos, que não chegou entre os três finalistas, merecia mais o prêmio do que o português. Segundo ele, Kroos foi determinante na seleção que ganhou o Mundial.

Cruyff parece ter esquecido que no ano passado, Ronaldo foi campeão do Mundial de Clubes da FIFA e da Champions League como artilheiro da competição, e de quebra batendo o recorde de gols marcados em uma única edição do torneio.

Com relação à Copa do Mundo, o craque português se apresentou lesionado à seleção, chegando a ser poupado de alguns treinamentos e indo para as partidas no sacrifício, ainda dando azar de sua seleção ter caído em um grupo difícil e de não possuir um time do nível, por exemplo, da Alemanha de Kross, companheira de grupo dos portugueses.

Já sobre Kross, não acho que o meia foi determinante na conquista alemã. Fez até uma boa Copa, mas não decidiu nenhuma partida, tendo mais destaque apenas no fatídico e insólito 7x1 sobre a seleção brasileira.

Também há de se ressaltar que a Copa ocorre no fim da temporada europeia, o que é bastante prejudicial aos jogadores que atuam na Europa, vide os números de lesões que afastaram diversos craques do torneio como Ribery, Reus, Falcão García, entre outros.

Cruyff também disse que já não consegue levar o prêmio a sério. Já eu vou na “contra mão” do pensamento do craque holandês, a Bola de Ouro FIFA não era levada muito a sério por mim, mas desde 2010 quando foi feita a fusão com a Bola de Ouro da Revista France Football (prêmio que sempre tive mais respeito), as indicações se tornaram mais coerentes como já era de se esperar.

Na verdade, há anos não havia uma indicação tão justa como as dos três finalistas deste último prêmio (Cristiano Ronaldo, o argentino Messi e o goleiro alemão Neuer). Pra mim a indicação mais questionável seria a de Messi, que se encontra em período de decadência, porém ainda assim foi finalista de Copa do Mundo. 

O argentino poderia sim ter dado lugar ao compatriota de Cruyff, Arjen Robben que talvez tenha sido o melhor jogador da Copa individualmente falando, apesar de ter sido eliminado na semifinal pela seleção defendida por Messi. Mas caso coubesse a mim fazer tal opção, também a faria sem muita convicção.

abs,

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O Capitalismo e a Desigualdade


Hoje circulou nos principais sites de notícias uma matéria sobre um relatório divulgado pela Oxfam International, organização não-governamental britânica voltada ao combate à pobreza no mundo, apontando que em 2016 o grupo com 1% das pessoas mais ricas do planeta vai superar as posses dos 99% mais pobres.

Dizendo também que em 2014, enquanto o grupo de 1% mantinha 48% de toda a riqueza, os 99% mais pobres detinham 52%. E desde 2010, no entanto, esses números seguem tendências inversas, que favorecem a concentração. O estudo, feito com base em dados do Credit Suisse, prevê que em 2016 os mais ricos vão superar a barreira dos 50% da riqueza total do mundo.

Bom... Acho que já é mais que suficiente para comprovar que o sistema econômico majoritário no globo atualmente, chamado capitalismo, já passou da hora de no mínimo ser questionado com mais veemência.

Não sou extremista ao ponto de defender um regime semelhante ao stalinismo, leninismo, polpotismo, chavismo e castrismo  – termos que eu e tantos outros consideram como ideais para denominar tais regimes autoritários por fazerem alusão ao nome de seus ditadores, Josef Stalin e Vladimir Lenin (União Soviética), Pol Polt (Camboja),Hugo Chávez (Venezuela) e Fidel Castro (Cuba). Esses países tornaram-se ditaduras, promovendo perseguições contra dissidentes.

Portanto a sociedade comunista, justa e harmônica, concebida por Karl Marx (mentor do comunismo), ainda não foi alcançada por nenhuma nação, afirmação quase unânime entre os especialistas, alguns estudiosos vão mais além e contestam até mesmo a existência de nações socialistas, que seria uma etapa para se chegar ao comunismo.

Porém matérias como essas publicadas hoje, me aproximam cada vez mais das ideias marxistas, onde a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação. Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalhadores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção.

Não posso afirmar que a sociedade idealizada por Marx daria certo, mas fato é que essa concentração de riqueza poderá se radicalizar ainda mais se governos, sociedades e os organismos financeiros multilaterais não adotarem ou reforçarem suas políticas de distribuição de renda.